Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
EXCLUSIVIDADE. Em caráter de liminar, desde segunda-feira, a Procuradoria Geral do STJD ofereceu denúncia contra o Ceará, estribado em vários artigos e parágrafos. O presidente do órgão, ontem à noite, determinou que o clube jogue com portões fechados.
BASEADO nos vídeos e na súmula da partida, que chegaram às suas mãos, Ronaldo Piacente defendia uma punição exemplar ao Ceará, como a indicar o caminho a ser seguido.
NÃO esquecer detalhe relevante. A palavra final não é a do Procurador. Este ofereceu as denúncias, que foram acolhidas de forma parcial por parte o presidente do STJD, Otávio Noronha, para que sejam, a partir daí, transformadas em processo. A data do julgamento será na próxima semana, por uma das Comissões Disciplinares. Esta a tramitação inicial.
O QUE a coluna filtrou, via fio especial dos jornalistas Sérgio Ponte e Brenno Rebouças, de cuja colaboração não posso prescindir, o Procurador não deixou por menos.
CITOU o Ceará em três artigos e parágrafos, cujas penas vão de pesada multa, somando-se a perda de até dez jogos, além da perda do ponto ganho, porquanto a partida, até onde a bola rolou, estava empatada em 1x1. Isso posto o resultado seria de 3x0 para o Cuiabá.
QUEM pensar que ficou só aí, engana-se redondamente. Não satisfeito, o Procurador do STJD solicitava em pedido liminar a interdição do Castelão, o que prejudicaria também o Fortaleza — que nada tem a ver com o caso — e não foi aceito por Otávio Noronha.
ISSO posto, não era possível que o presidente do STJD acatasse tal denúncia, atingindo o Tricolor, que nada tem a ver com o caso. Nem direta, muito menos indiretamente.
CEARÁ, através do presidente Robinson de Castro, não cruzou os braços. Foi em busca de montar sua tropa de choque de juristas de primeira linha para defender o clube. Tentará, em última hipótese, minimizar a pena usando aquilo que a Lei permite.
BUSCA um jurista de renome do eixo Rio - São Paulo, que conheça os bastidores e mumunhas do STJD, usando todas as armas jurídicas para essa guerra no tapetão.
SE vier a sofrer uma punição drástica, na instância inicial, isto é, Comissão Disciplinar, poderá usar outros caminhos. Qual, por exemplo? Recorrer ao Pleno do STJD, que poderia julgar ainda em outubro, em outra data, porém, o mais rápido possível, pois o Brasileirão tem prazo fixado para terminar, logo ali, no próximo mês de novembro.
ENTRETANTO, se é um direito que lhe faculta a lei, que assim seja feito. Seria este o xeque-mate? Quase certo que sim. Um dos principais argumentos a ser utilizado será o de que não foi o time em campo responsável por toda aquela barbárie. Ela ocorreu, sim, entre torcedores nas arquibancadas. O Ceará, dentro de campo, buscava a desempatar a partida, com os nove minutos que ainda restavam.
HÁ um outro argumento, pronto para ser disparado. O Ceará queria jogo, pois buscava virar o placar. O que a ele interessaria, por acaso, que houvesse a invasão ao gramado do Castelão para impedir a continuação da partida?
INVASÃO de torcedores dentro do gramado foi permitida pela Polícia Militar, cuja finalidade era a de que as consequências não se tornassem mais graves, por conta da presença de senhoras e crianças no Castelão. Os jogadores dos dois clubes fizeram o que tinham mesmo para fazer. Correrem em demanda dos vestiários, para evitar que toda aquela sanha de revolta se virasse contra eles. Quase certo que sim.
INSIRA-SE um outro argumento que a a defesa do Ceará utilizará. Alegar falta de segurança no Castelão. Mas como? Se a Arena foi palco de jogos da Copa do Mundo, logo, dotado de todo aparato policial. Como, então, interditá-lo?
EM resumo. O que houve não pode, nem deve ser comparado ao que aconteceu na Ilha do Retiro, no Recife. Tentar traçar qualquer paralelo será absolutamente inútil. Assim pensou também Otávio Noronha, que interditou apenas o estádio pernambucano.
PARAFRASEANDO o grande jurista Marcos de Holanda, que volta e meia apelava para o bordão absolutamente procedente — "Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa".
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