Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
ANTES da bola rolar, vale recordar tantos clássicos com o timbre de Ceará x Fortaleza, nossa melhor mercadoria, resistindo à implacável passagem do tempo. Foi no PV, ontem à noite, apesar do horário maldito de nove e meia da noite, posto que o Castelão continua fechado para o replantio do gramado. Por acaso, alguém sabe quantas vezes aquela grama foi replantada? Contas perdidas.
CHEGARAM a levantar a hipótese de grama sintética, condenada pelos clubes. Que problema traz? Nunca houve uma explicação que convencesse. Na Europa, por exemplo, a maioria dos estádios usa grama sintética. Por acaso alguém chiou, reclamou, botou a boca no trombone, protestou? Ninguém.
ENQUANTO o Castelão não for reaberto (alguém sabe quando?), todos os jogos serão no PV. Por questão de segurança, a capacidade do estádio foi reduzida para apenas 12 mil torcedores, quando cabe 20 mil. Os dois rivais perderam dinheiro e a segurança teve que se virar.
ÚLTIMA vez que o PV abrigou nosso clássico maior, pasmem, ocorreu em 2013, portanto dez anos atrás, justo uma década.
OUTROS detalhes preciosos não passaram despercebidos ao repórter Miguel Júnior, atento a tudo que gira ao seu redor. No rádio cearense, não existe outro igual. A ele estou sempre recorrendo como se fosse uma espécie de fiel escudeiro. Minha memória, recheada de teia de aranha, sempre foi inconfiável. No rádio esportivo cearense não há outro igual ao Miguel, neste segmento tão importante sem nunca ter sido contestado. Pequenos detalhes fazem a história e os grandes complementam.
POUCOS sabiam, ou ninguém mesmo, de que foi o primeiro clássico entre alvinegros e tricolores com dois técnicos estrangeiros na borda do campo. Pelo Fortaleza, o argentino Vojvoda, que aqui já se fixou, caminhando para os dois anos, descoberto pelo olho clínico do vice Alex Santiago, que, mais dias, menos dias, chegará ao pódio maior. Marcelo Paz fará dele seu sucessor, antecipadamente anunciado.
MORÍNIGO, treinador do Ceará, veio rebocado do futebol paraguaio. Quem o indicou ao Alvinegro, tempo perdido, porque o presidente alvinegro, frio qual uma lápide, não se digna a responder a uma pergunta tão simples. Como qual tem seu estilo, respeite-se, embora, pela minha visão, todo presidente de clube de massa está na obrigação de dar explicações aos seus torcedores.
NÃO é caso único. De Marcelo Paz, um mais aberto, pouco se extrai alguma coisa. Ao menos, uma vez por mês, deveriam dar uma coletiva à imprensa, como se não estivessem na obrigação de fazê-lo. Presidente de clube que se fecha em copas finda por gerar antipatia. Não se insere nesse contexto o item competência. São zelosos com as finanças, pagando em dia — como se não fosse obrigação.
SOMADO ao clássico de ontem à noite, já se foram 514 jogos oficiais catalogados em toda história. No somatório geral, Ceará leva vantagem, 168 vitórias, enquanto o Fortaleza fica-lhe atrás, totalizando 160 vitórias. No quesito empates, o placar mais registrado, ao todo 186. Em partidas oficiais, fique bem entendido. Amistosos, não vem ao caso, nem interessa.
JOGO de ontem, em termos de pontuação, de nada valeu. Explica-se. Os dois já estavam antecipadamente classificados em seus respectivos grupos, cada qual na liderança. Talvez, por conta disso, não houvesse tanto empenho. Em partidas assim, jogador cabreiro não mete a perna em divididas. Valeu muito mais pela histórica rivalidade.
AO vencedor coube receber a Taça Pedro Basílio, em homenagem a um dos maiores zagueiros do futebol cearense. Detalhe interessante. Basílio vestiu as duas camisas com toda dignidade, embora cria do Fortaleza. Não foi o primeiro caso, nem será o último.
POR ter sido no PV, a segurança determinou a venda de apenas 12 mil ingressos, diminuindo ainda mais a capacidade do estádio. Por ter sido o mandante, o Ceará ficou com a carga maior, 6.500, enquanto ao Fortaleza coube a carga 5.500. Isso posto, liberaram apenas 60% da capacidade do estádio. Se já pequeno, ficou menor.
TRANSMISSÃO pela televisão, ao menos neste segmento, veio a calhar. Somada ao imoral horário de 21h30min, quem ficou em casa se deu ao luxo de ver o clássico bem acomodado, sem correr riscos. Quanto os clubes receberam pela transmissão da tevê, nem papai do céu mandando eles revelam.
NOVES fora a cota do árbitro Fifa, Ramon Abatti Abel, de Santa Catarina. Auxiliares, também de outros Estados. Um do Paraná e o outro de Goiás. Sem esquecer que até o quarto árbitro veio de Santa Catarina. Isso posto, apitador da terra nem pra levantar as placas serve. Pagamento das cotas saiu do borderô, a não ser que a FCF tenha bancado tudo. Aí é mais fácil o mar secar...
VOJVODA, contra o Ceará, foi o 12º clássico no comando do Fortaleza. Somatório antes da bola rolar — quatro vitórias obtidas, três empates e quatro vitórias do Ceará, não necessariamente sob o comando de Morígino, que só recentemente aportou em Porangabussu.
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