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Ceará é superior e vence Fortaleza no segundo Clássico-Rei do ano
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará é superior e vence Fortaleza no segundo Clássico-Rei do ano

Méritos, então, para o Ceará, que mostrou claramente em campo uma equipe bem entrosada, com cada jogador fazendo o papel que lhe cabia fazer. Os caminhos para chegar ao gol do adversário foram sendo abertos sem tanta pressa
Tipo Opinião
Fortaleza (CE), 05/03/2023 - Ceará SC X Fortaleza EC - Guilherme Castilho comemora o primeiro gol do Ceara durante partida entre Ceará (CE) X Fortaleza (CE), valida pele 6a rodada da Copa do Nordeste de 2023, na noite deste domingo (05) na Arena Castelão em Fortaleza CE.
 (Foto: LC Moreira/AE)
Foto: LC Moreira/AE Fortaleza (CE), 05/03/2023 - Ceará SC X Fortaleza EC - Guilherme Castilho comemora o primeiro gol do Ceara durante partida entre Ceará (CE) X Fortaleza (CE), valida pele 6a rodada da Copa do Nordeste de 2023, na noite deste domingo (05) na Arena Castelão em Fortaleza CE.

DUAS vitórias seguidas num mesmo clássico, não bastasse a rivalidade histórica entre alvinegros e tricolores, são o suficiente para indicar que há algo de errado pelas bandas do Pici. Para completar, o Ceará, nos dois resultados, foi nitidamente superior diante de um Fortaleza que, em muitas ocasiões, até pareceu alheio do jogo ou, se for o caso, tivesse desaprendido tudo.

SEM levar em conta outro fator preponderante, para não dizer fundamental. Vamos a ele? O Ceará, nos dois tempos, além da superioridade em campo, sequer tomou conhecimento do poderio do adversário. Construiu a vitória sem qualquer ansiedade, tomando as medidas cabíveis para errar menos e acertar mais. O Fortaleza, ao contrário.

LANCE da penalidade máxima, que culminou no segundo gol do Ceará, a defesa tricolor ficou às tontas, sem saber a quem marcar, até apelar o último recurso. Duas derrotas seguidas diante do rival maior terão, sim, efeitos negativos, respigando sobre a figura do até então intocável Vojvoda.

QUEM se lembra, por exemplo, de alguma jogada coordenada pelos atacantes do Fortaleza para, ao menos, causar pavor à defesa do Ceará? Cada qual queria resolver sozinho, diante de uma defesa muito bem postada, como se o técnico Morínigo desse a cada um dos defensores um script para ser rigorosamente cumprido. E assim foi feito, ajudados pela ansiedade que tomou conta dos atacantes tricolores. Há algo de errado no reino do Pici.

MÉRITOS, então, para o Ceará, que mostrou claramente em campo uma equipe bem entrosada, com cada jogador fazendo o papel que lhe cabia fazer. Os caminhos para chegar ao gol do adversário foram sendo abertos sem tanta pressa. Guilherme Castilho, autor do primeiro gol, comandou o poder de fogo do Ceará.

ELE é aquele tipo de jogador que se desloca bem, sabe como fugir da marcação do adversário, como se já soubesse, por antecipação, por onde a bola passaria. Tem jogador de reflexo acurado. Em muitas ocasiões, me fez lembrar o Marciano, em seus áureos tempos de goleador implacável, sem necessariamente ser um trombador. O Castilho está nesse rol.

O QUE SE PASSA?

QUANTO ao Fortaleza, não é possível que Vojvoda tenha perdido o leme no comando da sua equipe. Repararam? Quando faz mudança na equipe, quase sempre é para pior. No clássico de ontem, percebeu-se claramente, enquanto o Ceará ocupava muito bem todos os espaços disponíveis.

OUTRO detalhe fácil de ser detectado. No transcorrer de todo o tempo do clássico, o Fortaleza não conseguiu ser superior ao adversário, mesmo quando tentava de forma atabalhoada, através de cruzamentos a esmo para dentro da área. A zaga do Ceará, bem postada, cortava todas. Neste quesito, o Pagnussat foi soberano, nas bolas aéreas ou rasteiras. A grande figura do clássico.

O QUE, então, está se passando com o Fortaleza, que, de repente, perdeu o rumo dos bons resultados? Por acaso desaprendeu? No futebol há mistérios insondáveis. Duas derrotas seguidas para o Ceará podem provocar alguns tremores no Pici. A cobrança virá para cima do técnico, como sempre, o bode expiatório. A fase de lua de mel, pelo visto, está passando de forma rápida.

NADA deixa o torcedor mais inconsolável do que um derrota para o principal rival. E se são duas seguidas, a orelhas ardem. Não demora, os tambores de guerra começarão a rufar. As mil desculpas não conseguirão calafetar os dissabores que uma derrota traz em seu bojo. E se são seguidas, preparem-se para o pior que está a caminho, se já não se instalou.

A MESMA MOLDURA

NÃO se podia esperar um clássico tecnicamente perfeito, longe disso. Em muitas ocasiões, até deu a parecer que o Ceará não estava enfrentando seu maior adversário, tamanha a tranquilidade como se postava dentro das quatro linhas, mais acertando do que errando. Apesar de se reconhecer que a postura tática do Alvinegro era nitidamente superior à do Tricolor. O técnico Morínigo conseguiu alçar este feito, que já se fazia perceber desde quando assumiu o comando do Ceará.

O MAIOR teste deste progresso técnico e tático do Ceará apareceria no momento em que tivesse pela frente o Fortaleza. Ganhou duas vezes seguidas, pode haver prova maior dessa subida de produção da equipe alvinegra? Foram dois testes preciosos, que carimbaram positivamente a mudança de rumo do Ceará.

CLÁSSICO em si foi precisamente o que já se esperava dele. Duas forças que se equivalem, venceria aquela que melhor soubesse aproveitar os claros do adversário. Indiscutível que este mérito coube ao Ceará, diante de um Fortaleza ansioso, nervoso, maioria das vezes buscando encontrar um rumo, sem saber que rota seguir, em algumas ocasiões batendo cabeça.

ENFIM, a chegada do técnico paraguaio deu ao Ceará uma outra postura tática e técnica também. Cabe ao badalado Vojvoda correr atrás do seu mapa vitorioso, como se o Fortaleza, de repente, tivesse desaprendido o elementar dever de casa.

Foto do Alan Neto

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