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De tirar o fôlego: Fortaleza vence Athletico-PR nos minutos finais pelo Brasileirão
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

De tirar o fôlego: Fortaleza vence Athletico-PR nos minutos finais pelo Brasileirão

Cabia ao Fortaleza se desdobrar para conseguir os três pontos preciosos. Precisamente isso que o Vojvoda tentou desde o início, sempre esbarrando no sólido posicionamento tático do Athletico
Tipo Opinião
Yago Pikachu comemora gol no jogo Fortaleza x Athletico-PR, no Castelão, pela Série A 2023 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Yago Pikachu comemora gol no jogo Fortaleza x Athletico-PR, no Castelão, pela Série A 2023

COISAS que só o imponderável do futebol podem explicar. Marinho estreava pelo Fortaleza, mesmo sem ritmo, um tanto desentrosado, apesar de todo o esforço feito para justificar sua contratação. Foi à exaustão, até pedir para sair. O que conseguiu fazer dentro de campo, se não agradou, também não decepcionou.

JUSTAMENTE quem entrou em seu lugar, Pikachu, acabou se consagrando, marcando o gol da vitória (1x0) sobre o Athletico Paranaense, dentro do Castelão, quando o jogo já se encaminhava para a reta final. Até deu a entender que não sairia do 0x0, apesar de toda a pressão do Fortaleza, ajudado por sua torcida. O gol do Pikachu salvou a pátria tricolor.

JUSTIÇA seja feita ao Furacão, uma equipe bem posicionada em seus setores, especialmente aqueles mais vitais, ao se armar, taticamente, muito mais com tendência de se defender do que atacar. O empate para ele, Athletico, já seria um grande feito.

EXISTE aquele tipo de jogador que parece predestinado a mudar o rumo da história. Pikachu é um desses. Tem o dom de ser eclético, daquele tipo onde for escalado, dará conta do recado. Nem se sabe ao certo por qual critério se norteou o técnico Vojvoda para barrá-lo. Só pode ter sido por conta de promover a estreia do Marinho, que atua pela ponta, como sempre fez questão de declarar. É ali onde se sente bem mais à vontade. Precisa melhorar muito.

OPTOU por deixar o Pikachu no banco para qualquer emergência. Se pensou assim, infelizmente, pensou errado. Há lugar pra ele naquele time do Fortaleza. Por qual razão não foi escalado na lateral-direita, sua posição de origem, para dar mais poder de fogo às escaladas do Tricolor pelo setor?

ENTRADA do Pikachu acelerou a equipe do Fortaleza, cujo objetivo era o de não perder a chance de, atuando em casa, pudesse abocanhar três pontos precisos numa competição tão difícil, quão parelha é o Brasileirão. Há exceções, claro, qual o Botafogo, que com uma equipe sem grandes craques disparou na liderança, não perder de ninguém, continua na cabeça da Série A. Há coisas inexplicáveis no futebol.

ALÉM DOS LIMITES

SE o Fortaleza imaginou que enfrentaria um adversário fácil de ser batido, pegou o bonde errado. Ganhou, sim, mas teve que se esforçar além dos limites. Pressionou, é certo, mas teve um Athletico que, para surpresa dos que foram ao Castelão, mostrou que não seria tão fácil assim de ser dobrado.

O FURACÃO tem uma boa equipe bem delineada em seus setores, atuando dentro de um sistema tático sólido, com quatro defensores, mais quatro formando um paredão na meia-cancha, à espera de que num desses contra-ataques pudesse surpreender o Fortaleza. Uma equipe bem disciplinada taticamente, atuando de forma harmônica.

AO Fortaleza caberia a missão de encontrar brechas para poder chegar à vitória. Chegou, sim, a custo de muito esforço e de muito empenho. O Tricolor sabia quão seria importante aquele resultado, especialmente por atuar em casa.

SÓ não imaginou que pegaria um adversário disposto a não lhe dar tréguas. Se não conseguisse um gol, mesmo por conta do acaso, o empate já estaria de bom tamanho. Usou a arma do contra-ataque em jogadas esporádicas.

CABIA ao Fortaleza se desdobrar para conseguir os três pontos preciosos. Precisamente isso que o Vojvoda tentou desde o início, sempre esbarrando no sólido posicionamento tático do Athletico. O ataque do Fortaleza que procurasse brechas para romper o paredão que encontrou pela frente.

MENOS que o Tricolor não atacasse, à procura do gol que lhe desse a vitória. Para tanto, o técnico argentino usou e abusou de atuar pelas extremas, explorando, sobretudo, a habilidade do estreante Marinho, cobra criada de tantas jornadas e camisas vestidas.

Tanto assim que o Marinho chegou à exaustão. O futebol ensina lição de jardim de infância. Aquela mesmo de abrir ferrolhos explorando as extremas. Infelizmente, o Tricolor carece de um jogador que seja especialista pela esquerda. Como não há, o jeito é improvisar alguém no setor, caso do lateral Pacheco, que atua como ala bem mais aberto, por vezes fazendo o papel de falso ponta. Haja fôlego!

INTENSIDADE

O QUE não faltou ontem à noite no Castelão foi intensidade, palavra tão em voga no dicionário do argentino Vojvoda. Só não imaginou pegar um adversário difícil de ser dobrado. Tomaria suas precauções, como convém a quem atua fora dos seus domínios, por vezes tornando um jogo truncado. Venceria quem aproveitasse a melhor chance, tangido, claro, pelos ventos da sorte. O Fortaleza acabou sendo o felizardo ao vencer por 1x0, somando de uma só tacada cinco posições. Como é imprescindível uma vitória, levando em conta atuar em casa, com uma torcida empurrando o Tricolor a uma vitória. Demorou para alcançar seu objetivo, porém, valeu a pena o esforço redobrado. Uma pitada de sorte também não faz mal a ninguém. Precisou o Pikachu entrar, justo no lugar daquele que era a atração maior do jogo, caso do Marinho, para decidir o destino da partida. Coisas do futebol.

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