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Guto teve coragem de mudar no Ceará
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Guto teve coragem de mudar no Ceará

Motivo a mais para o presidente João Paulo se conscientizar de que a torcida alvinegra continua sendo o "baú", como há trinta anos preconizava o ex-presidente Franzé Morais
Luiz Otávio marcou o gol da vitória do Ceará sobre o Vila Nova (Foto: FELIPE SANTOS/CEARÁ SC)
Foto: FELIPE SANTOS/CEARÁ SC Luiz Otávio marcou o gol da vitória do Ceará sobre o Vila Nova

INCRÍVEL, mas verdadeiro. Jogo entre Ceará x Vila Nova, beirando os 21 mil torcedores - pasmem - foi o maior do Brasil. Chegou, acreditem, é vero, até mesmo a superar ao público de Botafogo, embalado por ser, atualmente a melhor equipe do futebol brasileiro, que atuou pela Sul-Americana.

MOTIVO a mais para o presidente João Paulo se conscientizar de que a torcida alvinegra continua sendo o "baú", como há trinta anos preconizava o ex-presidente Franzé Morais. Sem esquecer de que o jogo contra o Vila Nova, começou no horário cruel e criminoso das nove e meia da noite, também conhecido como espanta torcedor.

FINALMENTE, o técnico Guto Ferreira teve a audácia de repaginar o time alvinegro, iniciando a partida sem sete titulares do jogo contra o Mirassol. Qual deles fez falta? Nenhum. Maioria, aliás, o torcedor sentiu alívio. Até o Nicolas que rotulavam de craque, sem ser, foi parar no banco. Quem não tem coragem de mudar será devorado pela poeira do tempo.

HÁ momentos no futebol em que o técnico de uma equipe é obrigado a correr riscos apelando, inclusive, pela chamada guinada de 180 graus. Custou para o Guto enxergar o que era tão óbvio. Por exemplo - Tiago Pagnussat na zaga central era uma avenida permanentemente escancarada por onde saíram tantos gols. De uma sacada só Guto escalou Luiz Otávio e David Ricardo unindo experiência e juventude. Até pareciam que jogavam juntos há muito tempo.

POR vezes um treinador precisa imbuir-se de coragem e correr riscos antes que lhe aconteça o pior. Caso de Luiz Otávio, após dois meses no departamento médico, retornou em alto astral. Não perdeu nenhuma dividida e ainda se deu ao luxo de fazer o que os atacantes não conseguiram, o gol salvador. Precisou vir lá de atrás para resolver a questão.

ATÉ parece que o "repouso" obrigatório de Luiz Otávio, dois meses, no departamento médico lhe fez bem. Voltou em alto astral. Não perdeu nenhuma dividida, ainda por cima fez o que os atacantes não conseguiram, marcar o gol salvador. Aliás, no cinturão de defesa, Luiz Otávio continua imbatível.

PARA não fugir à regra rudimentar dos pais amorosos, Luiz Otávio dedicou seu gol ao próximo herdeiro, Joaquim, mais um alvinegro a caminho.

DOIS detalhes de Guto Ferreira, na borda do campo - nunca suou tanto como vibrou no gol da vitória. O primeiro a abraçá-lo foi Zé Ricardo, ensopado de suor. Sem problema. Na comemoração de um gol cabe tudo.

RESPONDAM-ME sem qualquer subterfúgio. O que esse Vila Nova tem de diferente, ou espetacular exagerando no termo, para ser a sensação da Série B? Ataque que raramente chuta a gol e uma defesa que apela para a secular retranca, o chamado ferrolho suíço. Como se isso funcionasse todas as vezes. Quem tem medo de vencer, está pedindo para perder, como no dizer do "poeta" Vanderlei Luxemburgo, useiro em repetir frases tão carimbadas no futebol.

COISA de quem não sabe se inovar. Narrador de um canal que transmitiu o jogo, repetiu tantas vezes como entendeu, em alusão à defesa do Vila Nova o clichê de defesa menos vazada. Irritou os tímpanos de quem o ouvia até a paciência transbordar. Só parou quando o Ceará balançou as redes.

QUEM fica a dizer que tem time imbatível na Série B, o Sport nos últimos quatro jogo ganhou apenas um mísero ponto. Perdeu a primeira em casa. Mirassol não vence há cinco jogos e o Vila Nova perdeu a segunda seguida, Outras "surpresas" estão na fila.

CEARÁ que começou a penúltima rodada na décima primeira posição pulou para a oitava. Diferença de pontos para grupos de elite que era, até então, de oito pontos diminuiu para cinco. Se nada tem para comemorar, sirvam-se à vontade...

LINHA de frente do Ceará, mesmo com troca-troca de atacantes, permanece incompetente. Chutou, apenas, três bolas em direção ao alvo. Goleiro do Vila só fez uma defesa difícil. No gol que tomou naquele emaranhado de jogadores ficou a ver navios.

O MESMO se pode dizer da peça ofensiva do time goiano. Em apenas uma ocasião, final do jogo, que o goleiro André Luiz fez defesa portentosa. Como entrou numa fogueira e deu conta do recado, portando-se como um veterano, pode ganhar mais chances. Quem foi ao vento, perdeu o assento... Na sua luta desesperada para entrar no G-4, o que não será possível mais nesse turno, o Ceará não perdeu nenhuma partida nas três pedreiras que encontrou pela pela frente. Venceu dois jogos (Botafogo e Vila Nova) empatando com o Mirassol. Resta o quarto obstáculo, Juventude, na serra gaúcha, na despedida da primeira fase.

DECIDIDAMENTE, Erick Pulga não foi mais uma vez no banco. Até Pedrinho, figura opaca quando entrou, teve vez. R$ 600 mil, pelo menos até agora, não justificou. Dinheiro jogado fora.

INCRÍVEL. Ciel, do alto dos seus 41 anos, alcançou a marca dos dezesseis gols este ano. Se faltava balançar as redew na Copa Fares Lopes, agora, não falta mais nada. Ferrão chegou ao seu décimo sexto jogo invicto. O PV virou seu talismã. Ciel é o goleador de que tanto carecem Fortaleza e Ceará.

 

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