
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
NEM lembro a última fez que o Ferroviário foi bicampeão de alguma competição. Ei-lo agora conquistando o título da Série D, ainda por cima, invicto. Não vem ao caso por qual Série, se a última dos quatro patamares do Brasileirão, fatiado através da ordem alfabética. Chegou à letra D. Não demora para completar o alfabeto.
CBF sempre arruma um jeito de criar torneios, contanto faça média com as federações, que são seus cabos eleitorais. O atual presidente da entidade não foge à regra dos seus antecessores para, em agradando seu colégio eleitoral, se eternizará no cargo. Já disse uma vez, repito mil — a CBF só perde pra Casa da Moeda. Ou seja — quanto mais torneio, mais ela fatura do percentual das rendas. Ela e suas filiadas. A nossa aqui, do Mauro Carmélio, leva uma fatia deste confeitado bolo.
FINALMENTE o revejo pela telinha, cabelos embranquecidos, bigode também, a fazer distribuição de medalhas a granel aos jogadores do Ferroviário. A cada um deles, eis o Carmélio fazendo um afago. Enfim, o Ferroviário é da terra e a grana que ganhou não sairá dos cofres da FCF.
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DECISÃO em si, jogo bom de se ver. A Ferroviária de Araraquara não desaguou na final por obra do acaso. Tem bom time, para surpresa geral. Só não tem o Ciel para fazer toda a diferença como fez. Ele foi o grande nome da conquista coral e, atualmente, o melhor jogador do futebol cearense.
DELE, aliás, uma frase primorosa quando um bisbilhoteiro, de microfone em punho, foi conferir sua idade. Eis o que disse — "Não vem ao caso quanto anos tenho. Posso estar com 30, 35 e até 40. Tenho ótimo preparo físico e só paro de jogar quando o Senhor lá do céu determinar. É dele a palavra final". Vê-lo em campo, correndo como um menino e comandando seus demais companheiros, é um deleite.
SOU Ferrão, nunca enganei, embora ninguém acredite. Imaginam que sou um torcedor camuflado que não quero revelar meu verdadeiro time. São uns bobocas. Como se o Ferroviário não merecesse meu apreço por ele. Só lamentei meu amigo Ruy do Ceará não estar mais entre nós para comemorar juntos. Guedes Neto, seu primogênito, foi o primeiro a me parabenizar. Ele também é Ferrão, a exemplo do Ruyzinho, que desde crianças frequentavam o PV de todos nós, levados pelo pai. Este título inédito de bicampeão do Ferrão é dedicado ao grande Ruy, onde ele estiver. No céu cabe, também, torcedores do Ferrão.
QUANDO tiver mais tempo, pretendo escrever algumas crônicas revelando a importância que este trio, Elzir Cabral, Ruy do Ceará e José Rego Filho, teve na metamorfose do Ferroviário, cujo fundador, Waldemar Caracas, tanto lutou e esbravejou nos microfones da vida. Como esquecer o Zé Limeira, torcedor símbolo, primeiro a ocupar os microfones das emissoras para enaltecer os feitos do Ferrão? São figuras inesquecíveis.
LEMBRO um fato histórico, quando em Quixadá, a nossa escritora maior, Rachel de Queiroz, abriu as portas da sua fazenda "Não Me Deixes" para receber do Zé Limeira a faixa de campeã. Limeira me convidou e por estar lá num congresso da APCDEC, aproveitei o embalo. Até arrisquei perguntar — "Dona Rachel, como a senhora se fez torcedora do Ferroviário?". De pronto, a resposta — "Porque essas cores me encantam. São as mais lindas do mundo". Ela tinha pelo Zé Limeira um carinho todo especial. Parte que me toca, fiquei encantado com a simplicidade dela, se balançando na rede. Depois mandou servir leite, café e tapioca para nós da comitiva. Perguntou se meu nome era aquele ou pseudônimo. Disse-lhe a razão de ter adotado o pseudônimo por sugestão do meu irmão Hider.
VENCEDOR do título de bicampeão, Ferroviário agora passará por uma reformulação total. O que fará daqui pra frente não importa. A prenda da Série D já o deixou no topo dos clubes cearenses, pois os demais (Fortaleza e Ceará) estão ainda em atividades.
NENHUM deles chegará ao título. Fortaleza permanecerá na Série A, enquanto o Ceará, apesar das mudanças feitas pelo Mancini, não sairá da Série B. Ao menos não descerá para a C.
DIRETORIA alvinegra dormiu demasiadamente no ponto pra trocar de comando técnico, após o fracasso dos três incompetentes que por lá passaram, por pouco não enterraram o Ceará. Pensar pequeno dá nisso.
NOVO escudo do Ferroviário, a partir de agora, ostentará duas estrelas por conta do título conquistado. Ser bicampeão brasileiro não é para qualquer um. Ferrão chegou lá.
KOBAYASHI, técnico bicampeão, já arrumou clube para treinar. Mandou-se para Brasília, onde treinará o Capital. Antes que esqueça. Vale ressaltar o trabalho da diretoria comandada pelo Aderson Maia Júnior, que dedicou o título ao seu pai, o grande Aderson, maior amigo e guru do meu irmão Sérgio.
ESTOU aqui contando minutos para a estreia hoje, meio-dia, no YouTube do O POVO, do meu Trem-Bala. Formei um ótimo time, elencando dois cobras (Sérgio Ponte e Jota Lacerda) com o sangue novo do Liuê Góis, a voz de ouro que Aracati nos presenteou. Apostem suas fichas no Liuê, cuja forma de narrar é deliciosa. Parece correr ao lado da bola, tamanha a sua precisão.
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