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"Coerência" é palavra proibida no futebol brasileiro
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

"Coerência" é palavra proibida no futebol brasileiro

Tantas vezes essa tecla foi batida, de cansar a beleza de qualquer um. Teria que ser assim, não teria como evitar. Única alternativa seria racionalizar o calendário
Tipo Opinião
Bola do Campeonato Brasileiro Série A 2023 no jogo Fluminense x América-MG, no Maracanã (Foto: Mourão Panda / América)
Foto: Mourão Panda / América Bola do Campeonato Brasileiro Série A 2023 no jogo Fluminense x América-MG, no Maracanã

MAL teve tempo de respirar após empate com o Corinthians, que provocou a queda do técnico Luxemburgo, Fortaleza já volta a campo amanhã, para enfrentar o Grêmio. Diferença é a de que a partida será no Castelão. Convém não esquecer que esse jogo será pelo Brasileirão. Sim, porque diante de tantos jogos, uns atropelando os outros por torneios diferentes, a cabeça do torcedor entra em parafuso. Não há como evitar.

JÁ era prevista essa situação, reflexo de um calendário confuso, descarregando tudo no segundo semestre. Tantas vezes essa tecla foi batida, de cansar a beleza de qualquer um. Teria que ser assim, não teria como evitar. Única alternativa seria racionalizar o calendário. Coerência parece ser palavra terminantemente proibida no futebol brasileiro. Como pedir coerência e bom senso se o erro vem de origem, ou seja, na confecção do calendário oficial.

REPAREM para o tamanho da incoerência. Preenche-se o primeiro semestre com torneios irrelevantes, tais Campeonato Estadual, Copa do Nordeste e, para completar, ainda conseguiram socar a Copa do Brasil. Outro torneio que já teve seu brilho, quando os tempos eram outros.

REFLEXO de tudo isso, o segundo semestre ficou reservado para torneios de maior visibilidade. Como não há o menor interesse das federações extinguirem os chamados Estaduais, precisamente porque reside ali o colégio eleitoral para que os presidentes se perpetuem no cargo, até o tempo que entenderem ficar.

TOME-SE como espelho a gestão do Mauro Carmélio, contas perdidas de quantas até agora. De lá só sairá no dia que bem entender. Não é só o Carmélio em questão. Nas outras federações, a cantilena é a mesma.

PARA acabar com essa marmota, só se emplacasse uma CPI do Futebol, aliás, já tentada em muitas ocasiões, sem o menor êxito. A bancada da bola no Congresso trava qualquer iniciativa nesse sentido. Já tentei em algumas ocasiões, por exemplo, fazer um levantamento de quem passou maior tempo sentado na cadeira de presidente. Em vão.

QUE me lembre, de passagem, apenas um caso fez a diferença à época em que o dr. Bié assumiu o cargo, para evitar uma queda de braço entre dois diretores da entidade. Com uma condição. Estabeleceu que só ficaria um tempo, enquanto a casa seria colocada em ordem. Prometeu e cumpriu. Quando tentaram convencê-lo de que permanecesse, saiu-se com essa: "Não tenho tempo para ficar ouvindo tantas besteiras". Grande dr. Bié!

BATE-PRONTO

CEARÁ fará uma assepsia completa e total em seu elenco. Há sinceridade nisso? Objetivo não conseguido, o de subir para o Brasileirão, ficará para um futuro incerto. Permanecerá na Série B por mais um ano.

NADA contra, tudo a favor, desde que a principal meta seja essa. Não é possível que a campanha deste ano não tenha servido de lição. Primeiros da fila os executivos que comandavam o futebol com autonomia total. Deu na melada que deu.

NO embalo de tais mudanças, a Assembleia Geral do clube poderia ser convocada, cujo objetivo seria de mudar os Estatutos do clube. O atual presidente do Conselho Deliberativo, dr. Barretinho, uma das legendas do clube, bem podia tomar essa iniciativa.

QUANTOS jogadores medíocres foram empurrados goela abaixo pelos empresários de porta de clube, essas contas foram perdidas. Do atual elenco, quem poderia ser aproveitado? Pronta resposta: se vão fazer uma assepsia completa, sugere-se não ficar pedra sobre pedra.

SEM esquecer que o Alvinegro tem a folha mais robusta da Segundona. Dinheiro jogado pela janela. Quando muito, o zagueiro Luiz Otávio, em reta final de carreira.

COMO o técnico Mancini pegou o bonde andando, esperanças quase perdidas, a tendência é a de que permaneça. Com um detalhe que não pode ser esquecido. Vamos a ele: o progresso do Ceará sob seu comando foi mínimo. Como não é milagreiro, fez apenas o que estava ao seu alcance. Quer dizer, quase nada.

FORTALEZA segue de vento em popa. Passaporte carimbado para o Brasileirão do ano que vem, colhe os frutos de um trabalho profissional que deu certo. Empate com o Corinthians, mesmo que pela Sul-Americana, ganhou largos espaços na imprensa paulista. Reflexo de tudo isso passa pelo trabalho profissional implantado pelo presidente Marcelo Paz. Pequeno exemplo: ninguém trabalha de graça na atual diretoria, mas todos são obrigados a dar expediente.

O QUE VIRÁ PELA FRENTE

FINAL de semana, Fortaleza e Ceará estarão em ação, sábado e domingo, por suas respectivas Séries.

CHAMA atenção os dois jogos serem realizados no castigado gramado do Castelão. Se houvesse boa vontade, ou uma pitada de coerência, partida do Ceará contra o Atlético-GO, domingo, bem caberia no PV. Ao menos o prejuízo financeiro seria menor.

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