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Fortaleza e Ceará, solidários na dor
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Fortaleza e Ceará, solidários na dor

Tricolor e Alvinegro perderam de novo no fim de semana
Tipo Opinião
Fortaleza x Cruzeiro - 18.11.23 - Castelão (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Fortaleza x Cruzeiro - 18.11.23 - Castelão

COINCIDÊNCIAS? Elas existem sim, as pencas, no futebol, então, com especialidade. Reparem só nos casos de Fortaleza, no patamar maior, ou seja, Série A, enquanto o Ceará, na Série B. Os dois perderam num mesmo dia, embora em locais distintos.

FORTALEZA, em total queda livre, só um cego não quer ver, perde para o Cruzeiro, atravessando uma das piores fases da sua vida. Pois bem. O Tricolor, aqui no Castelão, onde nem sempre perde, fez um enorme favor ao clube mineiro - o retirou da zona de rebaixamento onde fazia tempo penava, nos três pontos mais importantes, para o Cruzeiro, óbvio.

POIS bem. O Tricolor foi lá bancando o Lázaro da Bíblia, o ressuscitou e, agora, respira mais aliviado, ou muito aliviado, por conta da enorme colaboração do Fortaleza. O Cruzeiro penhorado agradece. O time mineiro não lembra nem de longe aquela equipe poderosa, de grandes craques. Hoje não passa de um time medíocre.

DIANTE de tantas derrotas seguidas, oitavo jogo que o Fortaleza não sabe o que é o gosto de uma vitória. Entrou naquela ciranda de quando não perde, dão nele. Não importa o local. Dentro do Castelão foi um fracasso. A tal Data Fifa fez o time desaprender tudo.

PELOS cálculos mais otimistas, o Tricolor venceria fácil para ao menos respirar mais aliviado diante de tantos fracassos seguidos. E ainda tem idiota colocando culpa na desclassificação da Sul-Americana, para explicar essa brutal queda de produção. Parafraseando Nelson Rodrigues - "Não fossem os idiotas a vida não teria a menor graça".

NÃO vem de agora, já dista algum tempo, de que o sinal vermelho começara a piscar para os lados do Pici. Só não enxergou quem mesmo não quis. O time do, até então, intocável Vojvoda num abrir e fechar de olhos virou a cartilha de cabeça para baixo. Sem esquecer de que a formação da equipe é a mesma dos jogos anteriores. Se algumas alterações foram feitas, pelo visto, para muito pior. Ou ninguém enxergava isso?

SEQUER as mexidas feitas pelo argentino não surtiram efeito. Esperava-se que para melhor. A emenda saiu pior que o soneto. Não melhorou em absolutamente nada. Por onde andam os atacantes que balançavam as redes com facilidade? Um ataque inoperante que perdeu até mesmo o rumo das redes. E a meia cancha, simplesmente, perdeu o poder de criação. Defesa que todo jogo toma gol virou uma peneira, ou, se quiserem, avenidas iluminadas.

SE o Cruzeiro fosse uma equipe mais qualificada teria metido uma goleada. Não por acaso passou tanto tempo na zona de rebaixamento, até aparecer o Fortaleza para de lá retirá-lo. Como o Cruzeiro não ser grato ao Vodjova e seus comandados?

BEM que o Tricolor tentou se redimir dos últimos fracassos, barrando alguns jogadores que caíram de produção, a exemplo de Marinho, o cai-cai, Pochettino e Guilherme. Os que entraram em seus lugares foram piores.

O REPÚDIO da torcida no Castelão desabrochou vaiando os jogadores ao término do jogo. Aliás, essas vaias vieram com muito atraso. Pelo que o Fortaleza vinha jogando, ou seja, pedra na lua, de há muito estava fazendo por merecê-las. Até que demorou esse tipo de manifestação, hostil é verdade, só agora acordando para uma realidade que há muito saltava aos olhos. Torna-se inexplicável que, em oito jogos, o Fortaleza tenha perdido o gosto pela vitória, acostumando-se a perder, fosse qual adversário encontrasse pela frente.

DO Cruzeiro esperava-se aquilo que ele fez. Sua proposta de jogo foi resguardar-se ao máximo, segurar o empate que já seria bom negócio, vencer só se o adversário desse-lhe chance. O Fortaleza fez este favor de virar a tábua de salvação do time mineiro. O gol da vitória surgiu quando o jogo já descambava para o final. O empate, para o Cruzeiro, já estaria bom. A vitória por 1 a 0 foi um presentão do Papai Noel que está a caminho. Aqui, no Castelão, o time mineiro recebeu seu presente por antecipação.

QUANTO ao comportamento da torcida do Fortaleza, xingando, protestando e vaiando, que outro podia ser ao ver o time desonerar-se a cada jogo, sem que nenhuma medida drástica seja tomada? A hipótese de dispensa do Vojvoda até circulou, logo desfeito pela diretoria. O argentino virou intocável. A ordem é: pode se mexer em todo mundo, menos nele, Vodjova. Quanta idolatria, a ponto de colocar uma venda nos olhos de todos. Vai ver, até fã-clube deve ter sido criado para o Vojvoda. Perder para quem estava na zona de rebaixamento, a dor aumenta mais. De cotovelo, bem entendido.

FOGO DE PALHA

PARA completar a tarde de fracassos dos clubes cearenses que disputam o Brasileirão e Segundona, mais uma vez o Ceará perdeu, o que já virou rotina. Fez até uma menção de que estava progredindo tecnicamente com alguns bons resultados. Não passou de fogo de palha.

FOI derrotado pelo Vila Nova, lá em Goiânia (3 a 1). O resultado guindou o Vila a condição de um dos quatro na fila para entrar no próximo Brasileirão. Alvinegro apresentou os mesmos defeitos de sempre por conta do péssimo elenco que formou para a disputa da competição. Não seria o Mancini que faria o Alvinegro mudar a postura de perdedor. Teve um leve ensaio, nada mais do que isso. Se antes foram três ou quatro técnicos que comandaram o Ceará, o Mancini entrou, também, nesse rol de perdedor. Lamentável.

 

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