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Paciência esgotada: torcedores do Fortaleza cobram jogadores em protesto
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Paciência esgotada: torcedores do Fortaleza cobram jogadores em protesto

É natural esse tipo de reação dos torcedores? Não deixa de ser um grito de alerta de que, da próxima vez, o tom da cobrança poderá ser outro bem mais diferente
Tipo Opinião
Técnico Juan Pablo Vojvoda conversa com jogadores em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Técnico Juan Pablo Vojvoda conversa com jogadores em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici

O PROTESTO, mesmo com o rótulo de pacífico, da torcida do Fortaleza, inclusive tendo acesso ao local de trabalho dos jogadores, deve, sim, ser levado em consideração pela comissão técnica tricolor. Sempre se disse, e se soube, que paciência de torcedor de time grande tem um limite. No caso da torcida do Fortaleza, até que demorou um pouco mais.

QUAL a tecla mais batida do protesto? Simples. O que está acontecendo para explicar e justificar essa queda vertiginosa de uma equipe que, até outro dia, passava por cima de quem encontrasse pela frente, sem respeitar cara ou rótulos?

DEVE ter havido uma resposta, não a ponto de convencer os torcedores, sim, de que a partir de agora as coisas tenderão a voltar à normalidade. Não se tem dúvida de que o protesto foi válido, mesmo que em local não apropriado de trabalho dos atletas. Mas que outro local haveria?

OUTRA conclusão a que se chegou. Entrar na intimidade de um clube de futebol, local onde todos trabalham em exaustivos treinamentos físicos, nunca foi tão fácil. Aliás, não foi a primeira vez e, por certo, não será a última. Ocorreram em outras ocasiões. Neste ano, porém, a primeira vez.

NEM mesmo a certeza de que o Fortaleza não cairá para a Série B, pois acumulou uma boa gordura, não deixou os torcedores satisfeitos. Eles queriam saber mais, muito mais.

PONTO principal: o que de anormal vem acontecendo para justificar esse tipo de hecatombe, refletindo diretamente na produção da equipe na Série A? Este, sim, o cerne da questão. Que respostas foram dadas aos torcedores, também não vem ao caso. Há sempre uma desculpa, por mais banal que seja, para explicar o que nem sempre se explica.

GRITO de alerta dos torcedores do Fortaleza não deixa de ser um aviso, mala direta, ao elenco para não perder o foco da Série A. Possibilidade de cair para a Segundona, totalmente fora de cogitação, o que não implica dizer que, por conta disso, o elenco tenha que se acomodar. E mais: que a torcida está de olho arregalado para que isso não venha a acontecer.

PERGUNTA-SE. É natural esse tipo de reação dos torcedores? Absolutamente normal, mesmo levando o rótulo de pacífico. Não deixa de ser um grito de alerta de que, da próxima vez, o tom da cobrança poderá ser outro bem mais diferente.

QUE a queda de produção do time vem acontecendo é vero. Inconteste até. Não há torcedor de time grande que se conforme com tal situação e fique de braços cruzados ou ponha uma mordaça na boca. Caso, também, de prevenir a diretoria para reforçar a segurança nas dependências do clube. Desta vez foi pacífico, mas quem garante que da outra vez será?

MEXER com os brios de uma torcida exigente, qual a do Fortaleza, é procurar sarna pra se coçar. Se os jogadores entenderam o recado, ótimo. Se a comissão técnica não mudar a postura da equipe dentro das quatro linhas, os efeitos poderão ser danosos da próxima vez.

RASTILHO DE PÓLVORA

PRÓXIMO jogo, ali adiante, contra o Botafogo, poderá refletir se a manifestação teve ou não efeito junto ao elenco. Indiferente ao que está se passando, podem ter certeza, eles não estão. Aviso pregado: ficar alheio à manifestação da torcida, em pequena ou grande escala, é brincar com fogo. Espécie de riscar um fósforo perto de um rastilho de pólvora.

FALATÓRIO SEM FIM

TÉCNICO Mancini, do Ceará, danou-se a conceder entrevista coletiva à imprensa. O que terá a dizer para explicar a campanha do Alvinegro na Série B? Será um falatório sem fim, palavras ao vento.

O QUE a torcida queria, e quer, até agora ele não deu por conta do rendimento do Ceará nas quatro linhas. Que progresso técnico a equipe teve desde a sua chegada? Quem responder "nenhum" acertou no óbvio.

ATÉ porque ele, Mancini, ao pegar o bonde andando, encontrou pela frente um elenco de limitadas qualidades técnicas. Se era para fazer o que ele vem fazendo, qualquer um outro faria. O que a torcida queria era ver o time voltar ao patamar maior. Infelizmente não será este ano, até porque a campanha que empreende corre na faixa de bisonha.

ANÚNCIO da contratação de um executivo de futebol não enche barriga de torcedor. Não é de executivo que o Ceará está precisando. O que ele queria, infelizmente, a diretoria não deu, ou seja, um time de peso que pudesse voltar à Série A. A frustração de permanecer no patamar inferior, essa nódoa, pelo visto, não será apagada tão cedo.

CONTRA-ATAQUE

QUEM é hoje o melhor jogador do futebol cearense em ação nas quatro linhas? Fala-se muito no Caio Alexandre, do Fortaleza. Pode até ser. Acontece que nem com uma lupa se enxerga a presença dele em campo.../// O QUE se enxerga, isto sim, é uma avenida iluminada no lado esquerdo, enquanto no direito não se sabe ao certo se Tinga é lateral ou ponta. E o Pikachu, às tontas, em busca de uma posição para jogar. Deu a louca naquele setor. Acorda, Vojvoda!

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