- COISAS do futebol. Bergson, autor do gol da vitória do Ceará, após dez jogos sem vencer ninguém, aos 45 minutos do segundo tempo. Antes de entrar em campo, foi estrepitosamente vaiado. O torcedor não entendia aquela mudança tão cedo. Mateus Gonçalves, que estava saindo, teve um chilique ali mesmo no gramado revoltado com a atitude do técnico Adílson Batista. Devia estar perguntando aos cadarços das chuteiras - porque logo eu se há outros piores em campo?

- SE ficasse aí, até se entendia, afinal, vaiar é um direito do torcedor, única forma de desabafar. E ele tem todo este direito. Mas o treinador foi brindado com gritos de "burro, burro" pela mudança. O que deu na cabeça do técnico fazer aquilo tão cedo? Sabe-se lá. Pelo sim, pelo não, acabou dando certo; Bergson foi o autor do gol que tirou o Ceará do atoleiro, após tanto tempo de seca braba sem vencer de ninguém.

- GOL, aliás, meio complicado, sujeito a chuva de protestos do Avaí, alegando ter havido falta no goleiro antes da conclusão pras redes. Até o VAR resolveu confirmar que o lance foi válido, por sinal foi mesmo. Naquele gol o Ceará tirava mil quilos de pesos das costas, tudo isso após passar pela agonia pois o Avaí esteve mais perto de marcar, perdendo por questão de ruindade.

ARCO DA VELHA

- DOIS times parecidos, em tudo por tudo, principalmente em mediocridade, dentro de campo, podem esperar, que acontecem coisas do arco da velha. Venceu o menos ruim, tanto faz como tanto fez. Bom que aconteceu pro Ceará que tanto precisava vencer justo em casa. Mas o Avaí também precisava pra sair da vice-lanterna. Azar o dele, sorte do Ceará. Ufa! A quizumba tinha acabado.

- ALIÁS, está vitória (1 a 0) teve efeitos colaterais positivos para o Alvinegro. Senão vejamos. CSA que havia perdido um dia antes para o Goiás, voltou a ocupar a vaga do Ceará, assumindo a posição de primeiro da zona de rebaixamento. Tem mais. Derrota do Fortaleza para o Vasco, por coincidência 1 a 0, fez o Ceará diminuir a diferença dos cinco pontos que o Tricolor tinha sobre ele. Agora, estão quase parelhos.

LINHAS TORTAS

- NO futebol, como no adágio popular aquela de escrever certo por linhas tortas, de repente, como num passe de mágica, tudo pode mudar. Menos que a vitória alvinegra tenha feito o time se redimir da péssima campanha, pelo menos o faz respirar aliviado diante de pressões de todos os lados de sua torcida revoltada com campanha tão medíocre.

- E QUEM pode garantir que a partir daquela vitória de ontem sobre o Avaí o Ceará começará a dar a volta por cima, reabilitar-se amplamente, reaver o longo caminho perdido por conta de resultados negativos? Ninguém. Afinal, o próximo adversário já será o Santos, dentro da Vila Belmiro. Mas aí é outra história. Um tempo pra aliviar tanta tensão, ao menos isso, o Ceará estava por merecer.

BOLA QUADRADA

- JOGAR em São Januário, contra o Fortaleza, já foi um alivio para o Vasco. Dentro de casa com torcida a favor e vento também a tendência é a de que a vantagem é do dono da casa. Na verdade é, mas esta regra, nem sempre funciona quando a bola começa a rolar. O Vasco tirou proveito da vantagem pra vencer, gol de pênalti feito pelo Pikachu. Os tricolores protestaram, espernearam mas não houve jeito. Ficou nisso. Por acaso precisava de mais para quem queria vencer e somar mais três pontos preciosos?

- SE ninguém merecia vencer, perder também não. Dois times tão iguais, principalmente em ruindade, até a bola é quadrada. Dois times parecidos, futebol de péssima qualidade, o que poderia, enfim, se esperar? O pênalti salvou o Vasco e não permitiu o Fortaleza seguir em frente como deve ter passado pela cabeça do Ceni. Vasco não é esses balaios, mas o Fortaleza foi uma caricatura daquele time que atua em casa. Terreiro dos outros quem canta de galo é o dono.

LIMITAÇÕES

- DIFERENÇA entre Vasco e Fortaleza em termos técnicos é quase nenhuma. Os dois têm suas limitações visivelmente expostas. Diferença reside do Vasco atuar em casa e ter a seu favor um técnico experiente no ramo, caso de Luxemburgo, com mais tempo de estrada do que Ceni. Este se perde pela afobação de querer sempre jogar ofensivamente desconhecendo aquilo que é visível aos olhos de todos, em termos de qualidade técnica.

- VASCO também tem e muitas, mas Luxemburgo sabe dosar a sua forma de jogar, mesmo adepto de atuar pra frente dentro de um 4-3-3 do qual nunca largou mão. Se tem um elenco melhor estaria fazendo estragos neste Brasileirão. Vasco é vítima da grave crise financeira rescaldo de gestões irresponsáveis. Jeito é se arrumar com o que tem em casa, salvar a pele e permanecer na Série A. Aos trambolhões vai conseguindo. Só não se sabe até quando.

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