Alexandre Sobreira Cialdini é economista, formado pela Universidade de Fortaleza, com mestrado em economia pelo Caen, da Universidade Federal do Ceará, mestrado em Planificação Territorial e Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Barcelona, além de especialização em políticas fiscais pela Cepal, pós-graduaçãoo em Finanças Públicas Avançadas pela Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e doutorado na Universidade de Lisboa. É, atualmente, secretário de Finanças da Prefeitura de Caucaia, já tendo ocupado cargo semelhante nas prefeituras de Fortaleza, São Bernardo do Campo (SP) e Eusébio. É auditor fiscal concursado da Secretaria da Fazenda do Ceará
A tese desenvolvida por Mariana Mazzucato precisa ser percebida pelos Governos pois, a "sabedoria convencional" retrata o governo como uma estrutura burocrática ineficiente, incapaz de inovar
A frase acima é de Mariana Mazzucato, economista ítalo-americana, que vem sendo citada e comemorada pela esquerda no Brasil. Mariana atualmente é professora de economia da inovação e valor público no University College de Londres (UCL), cujo Institute for Innovation and Public Purpose fundou e dirige.
Os fundamentos de Mariana estão centrados no histórico de uma produção acadêmica já longeva, com especial atenção para os quatro últimos livros, com grande impacto internacional: O Estado Empreendedor; O Valor de tudo; Missão Economia e The Big Con: How the Consulting Industry Weakens Our Businesses, Infantilizes Our Governments, and Warps Our Economies. ("A grande trapaça: como a indústria de consultoria enfraquece nossos negócios, infantiliza nossos governos e distorce nossas economias". Título sem tradução para o português).
O cerne do pensamento de Mazzucato, está a relação entre os setores público e privado e a noção de que governos também desempenham um papel fundamental na inovação e na produção de riquezas. Ela é conhecida pelo seu conceito de elaboração de políticas orientadas para a missão e pela sua defesa de uma relação orientada para um propósito entre o setor público e o privado.
Nesse contexto, foi exatamente a relação virtuosa entre Estado e setor privado, que permitiu ao Brasil alcançar a segurança alimentar e se tornar grande exportador de alimentos, em apenas quatro décadas. Não fosse o investimento público em pesquisa agropecuária de alto risco, pouco atrativa ao investimento privado, o Brasil dificilmente disporia hoje da agricultura tropical mais avançada do mundo. Experiência que, infelizmente, não se registra em muitos outros setores industriais brasileiros, que pouco se integraram às cadeias de valor globais.
No trabalho Missão Economia, Mariana Mazzucato traz, a partir da experiência da Apollo 11, um conjunto de sugestões concretas sobre como os governos precisam se transformar de dentro para fora, a fim de alcançar resultados ambiciosos, a partir de um direcionamento sistêmico, com mentalidade orientada por missões , que não podem se basear no status quo, pois missões devem considerar sete pilares principais : 1 - uma nova concepção de valor- a necessidade de criar um valor coletivo, com um propósito público; 2 - mercados- não se trata de corrigir falhas de mercado, mas um processo de "cocriação e coestruturação"; 3 - organizações - se o propósito comum é a cooperação , há uma necessidade de introduzir um processo de criatividade e aprendizagem no serviço público; 4- finanças - o processo de financiamento deve estimular a criatividade, a inovação e o investimento público; 5 - distribuição - ênfase em estruturas coletivas e compartilhadas; 6 - parceira - "compartilhamento simbiótico", ambas organizações prosperam com objetivos comuns; 7 - participação - o processo de "cocriação" devem ser pautados na integração de agentes e cidadãos.
A tese de Mazzucato precisa ser percebida pelos Governos pois, a "sabedoria convencional" retrata o governo como uma estrutura burocrática ineficiente, incapaz de inovar. Para se contrapor a isso, os governos precisam pautar suas ações em missões que tenham um propósito de criação coletiva de riqueza e distribuição de valor.
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