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Uma indefinição prolongada
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Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pesquisa políticas públicas, em especial de combate à pobreza e de enfrentamento à pandemia; e teorias feministas. Faz parte da Red de Politologas e da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas

Uma indefinição prolongada

Tipo Opinião
Ananda Marques, cientista política (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Ananda Marques, cientista política

O cenário eleitoral no Maranhão segue indefinido. Espera-se que após o dia 15, quando começa o período eleitoral e a propaganda, seja possível que um dos candidatos empatados, Carlos Brandão (PSB) ou Weverton Rocha (PDT), assuma a liderança nas pesquisas. A indefinição, que se arrasta por meses e os mantém próximos na margem de erro, decorre justamente do fato de que ambos faziam parte da coalizão de governo dinista e nenhum conseguiu, até o momento, reordenar uma coalizão majoritária para a disputa ao governo estadual.

Brandão conseguiu manter o ritmo mesmo ausente do governo por questões de saúde, entretanto, apesar do fortalecimento da coalizão através de acordos com partidos que não compunham a base de Dino, não deslanchou como favorito. Da mesma forma, Weverton encontrou limites para sua candidatura que dialoga com três candidatos à presidência, talvez o eleitorado maranhense tenha dificuldade em compreender como alguém faz campanha ao mesmo tempo para Ciro Gomes, Lula e Bolsonaro.

Além disso, a confirmação da candidatura de Edivaldo Holanda (PSD), ex-prefeito de São Luís, terceiro colocado nas pesquisas estaduais e segundo colocado nas pesquisas da capital - maior colégio eleitoral do estado, impede a resolução do pleito no primeiro turno. Uma possibilidade de resolução seria o apoio a Brandão ou Weverton para uma transferência de votos, principalmente na capital, de modo a garantir a vitória ao aliado escolhido, mas parece improvável no momento.

Por outro lado, o quarto colocado, Lahesio Bonfim (PSC), tem conseguido capturar os votos mais conservadores no estado, pressionando a disputa. Num cenário em que Lahesio consiga organizar o eleitorado alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, é possível que Brandão assuma de vez a frente na corrida pelo Palácio dos Leões, pois, com mais de 5 milhões de eleitores, sendo 52% de mulheres e 13,7% de jovens entre 16 e 29 anos, o Maranhão indica preferência pela chapa PT-PSB nacionalmente.

Resta saber se a campanha de Brandão conseguirá convencer o eleitorado de que ele é o sucessor de Dino, que lidera com folga rumo ao Senado, e dará continuidade às políticas sociais que marcaram a gestão dinista. O apoio do ex-presidente Lula através do candidato a vice de Brandão, Felipe Camarão, é um ponto importante nessa empreitada.

 

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