Emerson Ferretti: gay assumido e presidente de um clube de massa
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Emerson Ferretti: gay assumido e presidente de um clube de massa
Ex-goleiro e ídolo do Bahia, Emerson foi eleito presidente do Tricolor. No ano passado, ele se tornou o terceiro atleta homem brasileiro a se assumir LGBTQIA+
Foto: EC Bahia
Emerson Ferretti, novo presidente do Esporte Clube Bahia
O Esporte Clube Bahia fez história na eleição para presidente nesse sábado, 2. O ex-goleiro Emerson Ferretti, de 52 anos, irá suceder a gestão de Guilherme Bellintani. O ídolo tricolor recebeu 34,2% dos 3.179 votos válidos no pleito. E, ah, ele é assumidamente gay.
Gaúcho, Ferretti surgiu nas categorias de base do Grêmio-RS como potencial futuro da seleção brasileira. Nunca chegou lá e uma das explicações é a briga interna (e externa) com a orientação sexual.
O relato do Emerson é forte. Promessa gremista, ele sofreu uma terrível fratura na perna que o afastou dos gramados por quase dois anos. No podcast-reportagem "Nos Armários do Vestiário", do ge — no qual anunciou ser homossexual e ter orgulho disso —, o ex-goleiro explica que a contusão veio de um ato de desespero. Uma pulsão de morte.
Em meio à briga interna, ele tentou uma jogada desesperada, meio que para punir a si mesmo. Ao podcast, ele ainda contou sobre o medo de ser tirado do armário e que a orientação sexual fechou portas para ele. "O fato de ser gay não me parou, eu fui até o final. Mas sei de dirigentes que não me contrataram porque eu sou gay", contou, à época.
Pois bem, o Bahia abriu as portas para ele. E faz história como o primeiro clube a ser presidido por um homem homossexual assumido. Um feito de Emerson, o terceiro atleta/ex-atleta do futebol masculino a se assumir LGBTQIA+, depois do também ex-goleiro Messi e do ex-lateral/volante Richarlyson. Diga-se, ressalto o gênero porque muito mais mulheres saem do armário.
Emerson ainda não sabe se vai assumir o clube na Série A ou na Série B. Vai suceder Belinttani, cuja gestão ficou marcada por avanços na discussão de questões progressistas no futebol, por resultados esportivos aquém do esperado e pela venda de 90% da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) para o grupo City.
Essa venda, inclusive, limita os poderes de Emerson, já que o diretor-executivo (CEO) da SAF é quem gerencia o futebol do clube, assim como os equipamentos esportivos e impulsiona o investimento da agremiação. Emerson vai assumir como diretor da Associação, que tem previsão própria de receita, poder no conselho deliberativo e trabalha com a gestão do sócio-torcedor.
Ainda que com atuação restrita, o feito de Emerson — e da torcida do clube — é histórico. Que ele faça uma gestão do tamanho do Esporte Clube Bahia.
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