Ex-goleiro Emerson Ferretti se assume gay e o jornalismo dá suporte
Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Antes do podcast "Nos Armários dos Vestiários", o futebol brasileiro tinha apenas um ex-jogador homem assumidamente LGBTQIA+. Era o ex-golerio potiguar Jamerson Michel da Costa, o Messi, que em 2010, quando era atleta do Palmeira de Goiaininha, veio a público contar que era gay. Agora, a lista triplicou.
Primeiro com Richarlyson. Talvez a mais famosa vítima da homofobia estrutural do futebol nacional, o ex-volante se assumiu bissexual ainda em junho, no primeiro episódio do podcast do GE, com produção da Feel the Match e apresentação de Joanna de Assis e William de Lucca, além de uma vasta equipe.
Agora, no capítulo final do podcast, lançado na semana passada, o ex-goleiro Emerson Ferretti revelou ser gay. Falou de solidão. Falou de preconceito, de estereótipos. E falou da oportunidade de ser um exemplo. Um ídolo, como foi em campo principalmente pelo Bahia.
A repercussão sobre a saída do armário de Emerson, de Richarlyson, foi majoritariamente positiva. Mas a pergunta sem resposta é como teria sido se eles tivessem se assumido enquanto jogavam. Nunca houve uma rede de suporte para que eles enfrentassem a opinião pública e ambos, mesmo sem admitiram a orientação sexual publicamente, sofreram consequências profissionais por "gostar de homens".
O que o podcast fez, o que esta coluna tenta fazer, é oferecer um pouco da estrutura da mídia para dar suporte a esses atletas, a esses ex-atletas, a encararem o espelho. E aprenderem que podem gostar do que veem. Os três não são os únicos. Nem sequer são exceções. São pioneiros.
Emerson recebeu notas em homenagem de Bahia e Grêmio. Richarlyson foi celebrado pelo São Paulo — infelizmente, o Fortaleza, onde o ex-volante e hoje comentarista jogou, ficou calado. Posicionar-se sobre a homofobia real enfrentada por ex-jogadores é dar o próximo passo no combate à LGBTfobia. É avançar para além das protocolares notas de apoio à torcida sexualmente diversa em datas comemorativas.
Emerson, que foi ídolo em campo, se mostra disponível a ser um ícone depois de pendurar as luvas. É mais um homem de coragem e que seja muito bem-vindo ao lado arco-íris da Força.
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