Tudo o que se sabe sobre Samir Xaud, o em breve presidente da CBF
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, em 2018, virou editor-adjunto de Esportes. Trabalhou na cobertura das Copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Esportes do O POVO, depois de ter chefiado a área de Cidades. Escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO
Tudo o que se sabe sobre Samir Xaud, o em breve presidente da CBF
Federações estaduais forçam novo consenso para presidente da Confederação Brasileira de Futebol, sufocando tentativa de oposição da maioria dos maiores clubes do País
Foto: Reprodução / Wikipedia
Print do site Wikipédia, mostrando que não há, ainda, uma página trazendo a biografia de Samir Xaud, futuro presidente da CBF
Eu me senti um pouco culpado, um pouco incompetente, quando li a primeira notícia sobre a iminência de eleição de Samir Xaud para presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Afinal, como pode um editor-chefe de Esportes nada saber sobre o futuro manda-chuva do esporte da pátria de chuteiras?
Tal culpa durou poucos minutos, quando eu descobri que ninguém sabia nada sobre Samir Xaud. Aliás, sabia-se tanto quanto sei. É roraimense de Boa Vista, foi eleito em 2024 para assumir, apenas em 2027, o cargo do próprio pai. A Federação Roraimense de Futebol (FRF) foi fundada em 1974 e Zeca Xaud virou mandatário dela pela primeira vez em 1976, cerca de oito anos antes do herdeiro nascer.
Sabe-se também que Samir Xaud é médico infectologista e empresário. Uma combinação que costuma deixar os pelos do braço arrupiado. Sem relação aos fatos, empresa da qual ele foi sócio tinha contrato com a CBF. Contrato este que era questionado juridicamente em uma das várias denúncias contra o agora ex-presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues.
Por falar no rei morto, encontrei algumas fotos de Samir entusiasmadas ao lado do rei em breve posto. Mais que isso, só sei de quem faz parte da corte que será empossada com ele, que contém condes e duques e viscondes dos feudos anteriores, tanto do próprio Ednaldo quanto de Marco Polo Del Nero — dois dos mais notórios ex-cartolas da CBF a terem, supostamente, se lambuzado em escândalos de corrupção e/ou assédios e/ou incompetências gerais.
Mais que isso, só sei de Samir de frases prontas repetidas na entrevista que deu a um podcast.
A verdade é que as federações estão se rearranjando no poder, como fazem desde que o futebol é jogado com uma bola. De 2012 para cá, três presidentes da CBF foram banidos do esporte. Um deles foi preso. Outro foi afastado por assédio. E mais um já caiu duas vezes, por acusações das mais diversas sortes.
Na CBF trata-se com naturalidade o surgimento de um filho de alguém — fidalgo —, adornado por uma corte de rostos desgastados, como promessa de renovação. O que mostra que o futebol brasileiro tem pés bastante atolados nos vícios da política nacional.
Boa trabalho a ele. Boa sorte a nós.
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