Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, em 2018, virou editor-adjunto de Esportes. Trabalhou na cobertura das Copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Esportes do O POVO, depois de ter chefiado a área de Cidades. Escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO
Foto: Reprodução/ Instagram
A Kings League Brasil 2025 teve sua fase inicial concluída com a Furia ficando na primeira colocação e garantindo vaga no Mundial
Um milhão de pessoas sintonizaram a Cazé TV, no domingo, para assistir à estreia da Furia FC na Copa do Mundo de Clubes da Kings League. A equipe, presidida por Neymar (e pelo "parça" e empresário Cris Guedes), derrotou o Kunisport — do ex-jogador argentino Kun Agüero —, por 8 a 4, com grande atuação de Matheus Dedo.
A cobertura do canal do YouTube da Copa do Mundo de seleções do "novo esporte" teve vídeo com mais 6 milhões de visualizações. A final do Mundial de Doha de tênis de mesa, com o brasileiro Hugo Calderano — um dos maiores esportistas da história do país —, rendeu 2,2 milhões à mesma plataforma.
A CazéTV espraiou a cobertura esportiva no Brasil, dando visibilidade e novas opções para o público. E é incrível um resultado milionário para um esporte de nicho. É uma plataforma usando a próprio força para impulsionar alguém que fez por merecer ser ídolo nacional — e falo como alguém que acompanha a carreira de Calderano desde pelo menos 2018. Mas toda a visibilidade, digamos, empalidece frente ao "fenômeno" Kings League.
Para quem não conhece, o "novo esporte" não passa de um bebê reborn do futebol de 7. Em resumo, é uma adulteração de uma modalidade que, na origem, já é um desvio entre o futebol de campo e o futsal. Pega-se a base do fut7 e inclui-se elementos de gameficação, como escolha de cartas e outros artifícios que tornam a disputa mais atrativa — enquanto entretenimento —, e menos necessariamente justa — enquanto esporte.
E, olha, é divertido. É algo que atrai o olhar, o clique, a interação. É um produto manufaturado para entretenimento. Foi, inclusive, criado pelo ex-jogador Gerard Piqué, que também inventou a nova e horrível Copa Davis de tênis (da qual é dono), mas que claramente visa apostar no espetáculo dentro de esportes. Mas, assim, ele traiu a Shakira, então quem sou eu para confiar nos julgamentos dele.
Em essência, a Kings League é um produto feito para viralizar. Isso é mais importante que a competitividade esportiva propriamente dita. Afinal, uma carta sorteada pode decidir uma partida, enquanto um não-atleta pode entrar em campo para bater um pênalti apenas porque é rico o suficiente para ser dono de um time.
É, no fim, um produto de entretenimento massivo, com conteúdo questionável replicável somado a estratégias de marketing feitas para viralizar, atraindo milhões. Tem ainda parcerias com agentes de idoneidade contestável, e promove colaborações com um exército de outras subcelebs.
Em essência, a Kings League me fez entender o sucesso da influencer Virginia Fonseca.
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