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Copa do Mundo do "Sí, se puede" nos EUA
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, em 2018, virou editor-adjunto de Esportes. Trabalhou na cobertura das Copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Esportes do O POVO, depois de ter chefiado a área de Cidades. Escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO

André Bloc esportes

Copa do Mundo do "Sí, se puede" nos EUA

Brasil, que lidera em número de participantes, estreou com duas vitórias sobre rivais mais fracos e dois empates contra europeus de nível intermediário
Vista detalhada do troféu, em exibição no Estádio BMO, em Los Angeles (Foto: Orlando Ramirez/Getty Images/AFP)
Foto: Orlando Ramirez/Getty Images/AFP Vista detalhada do troféu, em exibição no Estádio BMO, em Los Angeles

Enquanto o presidente ianque Donald Trump brinca de cavalgar na bomba atômica — tal qual o major T. J. "King" Kong (Slim Pickens) na obra-prima "Dr. Fantástico" (1964), de Stanley Kubrick —, os brasileiros fazem bonito no Mundial de Clubes. Ainda resta uma penca de jogos, mas os quatro representantes nacionais terminaram a rodada fazendo até mais do que se esperava.

Botafogo e Flamengo venceram, como não podiam deixar de fazer contra os "frágeis" Seattle Sounders e Espérance Túnis. As aspas são para denotar que a fragilidade internacional vem diante do contexto, já que ambas as equipes estão entre as mais fortes de América do Norte e África, respectivamente. Mas os jogos que mais chamaram atenção foram os empates em 0 a 0 de Fluminense e Palmeiras contra Borussia Dortmund e Porto.

A bem da verdade, nenhum dos rivais europeus fez uma temporada 2024 das mais memoráveis. Os alemães foram quartos colocados na Bundesliga — campeonato dominado quase sempre por uma única equipe —, enquanto o Porto foi o terceiro da Liga Portuguesa, atrás dos dois times com que concorre entra ano, sai ano. Mas, bem, o Flu foi apenas o 13º colocado da Série A 2025 e ainda assim dominou amplamente o time aurinegro, octacampeão alemão, uma vez vencedor da Liga dos Campeões e com uma taça intercontinental.

Em um Mundial que se previa impossível para os brasileiros, a sensação na primeira rodada foi a do "sí, se puede" — "Sim, é possível", como por décadas gritaram as torcidas de pequenos países sul-americanos que apenas sonhavam em vencer o Brasil. Isso significa derrotar PSG, Real Madrid, Manchester City? Provavelmente não. A novíssima Copa do Mundo, porém, traz consigo novos fatores.

Um deles é o local. Estados Unidos, verão de junho/julho. O mesmo calor em que o Brasil venceu o Tetra. Meio de temporada para brasileiros, fim de temporada para os europeus — o inverso da vantagem que os times do Velho Continente sempre tiveram na Copa Intercontinental. 

O novíssimo Mundial provavelmente não será vencido por um brasileiro. PSG, Real Madrid, Manchester City parecem montanhas íngremes demais para serem conquistadas. Mas já trouxe tons positivos para o futebol nacional. Fla e Fogo receberam R$ 11 milhões, cada, por uma única vitória. Flu e Porco conseguiram medir a própria força contra um rival europeu. E, assim, entenderam que nosso futebol tem mais punch do que nos damos crédito.

 

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