Histórias de amor no esportes valem aos 18 e aos 70 anos
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Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, em 2018, virou editor-adjunto de Esportes. Trabalhou na cobertura das Copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Esportes do O POVO, depois de ter chefiado a área de Cidades. Escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO
Histórias de amor no esportes valem aos 18 e aos 70 anos
Dois jovens saltadores comemoram um ano de namoro ainda na adolescência, enquanto um veterano piloto da Nascar se casa com o namorado aos 70
Foto: Reprodução / Instagram / @max.lnn
Os saltadores Matteo Santoro e Max Liñan são um casal há pouco mais de um ano
Aos 18 anos, o italiano Matteo Santoro foi medalha de ouro no salto sincronizado misto, trampolim de 3 metros, ao lado de Chiara Pellacani. A conquista no Mundial da Singapura foi um feito histórico para o país e fez o nome do jovem nadador ganhar os holofotes pela segunda vez em poucos meses.
A primeira foi em julho, quando o namorado dele, o também saltador Max Liñan, postou uma foto ao lado de Matteo para celebrar um ano de namoro. Algo bobo, pueril, natural para heterossexuais ainda vira notícia quando feito por alguém que sente atração por pessoas do mesmo sexo.
O que mais chama atenção é a idade deles, com 18 e 19 anos. Isso mostra o quanto o mundo mudou. E é ainda um esporte que aprendeu a ser mais leniente com a causa.
Em 1995, o norte-americano Greg Louganis — bicampeão olímpico e maior estrela do esporte — se assumiu gay e disse viver com HIV desde 1988. Um dos mais imediatos impactos foi a polêmica sobre Seul-1988, na qual ele foi medalhista de ouro, mas chegou a bater a cabeça no trampolim, o que gerou uma onda de acusações infundadas. Afinal, o atleta fazia tratamento e tinha status indetectável.
Louganis sempre falou do quanto a orientação sexual o impediu de conseguir mais patrocínios, mesmo antes de ele ser assumido. Em 2013, outro saltador icônico, o britânico Tom Daley assumiu um relacionamento com o cineasta Dustin Lance Black. O atleta ainda competiu profissionalmente por 11 anos, o que mostra um passo em relação a Louganis, que só falou sobre a própria sexualidade depois de estar aposentado.
Matteo e Max já podem sentir orgulho antes de chegar aos 20 anos. É um salto enorme.
Em paralelo, conto outra história que descobri meio por acaso. Ed Flemke Jr, icônico ex-piloto da Nascar — a Stock Car dos EUA —, desde 2021 está casado com Christopher Barone-Flemke, namorado de longa data dele. É o primeiro vencedor de uma corrida da Nascar a ser assumido LGBTQIA+.
Flenke Jr. tem 70 anos. Ou seja, 52 a mais do que Matteo Santoro e 51 a mais que Max Liñan. Nunca é tarde demais para se orgulhar da própria capacidade de amar.
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