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Você tem a coragem de exigir o que merece? O Brasil precisa da sua ousadia!
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Eleita uma das dez melhores executivas do Brasil, Anette de Castro é vice-presidente da Mallory. Líder e cofundadora do Grupo Mulheres do Brasil

Você tem a coragem de exigir o que merece? O Brasil precisa da sua ousadia!

Um debate audacioso ganha força na Assembleia do Ceará: 50% dos cargos comissionados do Executivo estadual para mulheres, com 25% para negras, indígenas, quilombolas, trans e pessoas com deficiência
(ARQUIVOS) Nesta foto de arquivo, tirada em 15 de novembro de 2020, uma mulher vota em uma seção eleitoral em Igarapé Miri, no estado do Pará, durante o primeiro turno das eleições municipais em meio à nova pandemia de coronavírus. - O Brasil vota domingo no segundo turno das eleições municipais marcadas pela pandemia do coronavírus que dará uma prévia de como seus atores políticos estão em 2022, quando o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se candidata à reeleição. (Foto: TARSO SARRAF / AFP). (Foto: TARSO SARRAF / AFP)
Foto: TARSO SARRAF / AFP (ARQUIVOS) Nesta foto de arquivo, tirada em 15 de novembro de 2020, uma mulher vota em uma seção eleitoral em Igarapé Miri, no estado do Pará, durante o primeiro turno das eleições municipais em meio à nova pandemia de coronavírus. - O Brasil vota domingo no segundo turno das eleições municipais marcadas pela pandemia do coronavírus que dará uma prévia de como seus atores políticos estão em 2022, quando o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se candidata à reeleição. (Foto: TARSO SARRAF / AFP).

Nunca achei que precisássemos de cotas para mulheres. Cresci acreditando no mito da meritocracia – "você recebe o que merece". Mas e se o jogo estiver viciado desde o início?

Oprah Winfrey certa vez disparou: *"Na vida, você consegue o que tem a coragem de exigir". E aqui estamos, em 2024, ainda precisando de leis para garantir o óbvio: que mulheres ocupem espaços de poder.

Em junho, o Senado sancionou a Lei 14.246/2021, autoria da Tabata Amaral e defendido pelo Grupo Mulheres do Brasil, exigindo que 30% dos conselhos de administração de estatais sejam ocupados por mulheres, com recorte racial e para pessoas com deficiência. Vitória? Sim. Mas por que precisamos de uma lei para isso?

Os números não mentem (e doem)

- Somente 31% dos cargos comissionados no Brasil são ocupados por mulheres (IBGE, 2023).

- Somente 5% são mulheres negras ou trans.

Enquanto isso, políticas públicas ignoram violência obstétrica, assédio moral e sexual e inclusão laboral. Como governar um país onde 52% da população é mulher, mas não decide as regras?

O Ceará está mostrando o caminho

Um debate audacioso ganha força: 50% dos cargos comissionados do Executivo estadual para mulheres, com 25% para negras, indígenas, quilombolas, trans e pessoas com deficiência. A proposta, impulsionada pelo deputado Renato Roseno, é um grito de justiça em um estado que já é referência em políticas sociais.

A pergunta que não cala: e você?

Participamos de reuniões, debates, cobramos leis. Mas elas só ganham vida quando viramos a chave do "pedir" para o "exigir". Na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), a discussão avançou – ainda em uma sala majoritariamente feminina, mas com um detalhe crucial: um homem à frente, entendendo que essa luta não é das mulheres, mas de toda a sociedade.

E aí, você está esperando um convite?

- Exija seu espaço no trabalho.

- Cobre candidatas mulheres que governam nas próximas eleições.

- Vote em quem inclui.

- Denuncie o assédio, o preconceito, a exclusão.

O Brasil não muda por acaso. Muda porque alguém ousa incomodar. Vamos juntas?

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