Está decido. A EDP Brasil pretende desconsolidar a usina térmica a carvão do Pecém até 2025. Ou até antes, como sugeriu ontem o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, em evento para investidores. A pressa tem explicação: em 2027 termina o contrato de geração de energia e a empresa quer reduzir o capital dentro da planta ou mesmo vender toda a participação. Tarefa difícil uma vez que a geração por carvão mineral não faz parte dos leilões de energia do Governo Federal e o comprador teria que arcar com a conversão da usina para um novo combustível. O complicador empurra o destino da UTE Pecém para um futuro mais promissor, o qual envolve hidrogênio verde (H2V). Será "a história de uma planta a carvão que vamos produzir hidrogênio dentro dela", disse Luiz Otávio Henriques, vice-presidente de Geração, Transmissão e Distribuição da EDP.

Ele valorizou o ativo, lembrou que "salvou o País por muitos anos", referindo-se às crises energéticas, mas projetou sobre o projeto piloto de H2V, "um dos nossos xodós", o futuro da empresa no Pecém.

"Não avançamos no hidrogênio hoje porque o mercado não está pronto. Mas acreditamos que, para produzir, estamos prontos. Porque já compramos o que tinha de comprar, efetivamos os investimentos e aguardamos fazer a primeira molécula de hidrogênio verde em dezembro", declarou.

Com investimento anunciado de R$ 42 milhões, a planta de H2V do Pecém deve contar com uma usina solar de 3 megawatts (MW) e um módulo eletrolisador com capacidade de produção de 250 metros cúbicos normais por hora (Nm3/h) de hidrogênio, "que servirá de 'laboratório vivo' para o desenvolvimento da economia de hidrogênio verde no Brasil."

A EDP mira a exportação como foco inicial da produção, segundo Marques da Cruz, mas já enxerga um novo mercado no desenvolvimento de transporte público movido a H2V. Um roadmap com análise de cenários sobre a escala de produção de hidrogênio também faz compõe os trabalhos da empresa.

Focada na conversão da geração em energia renovável, a EDP Brasil revelou negociações para a venda das hidrelétricas que possui e disse mirar na geração solar, seja centralizada seja distribuída, como alvo dos próximos investimentos. Dois grandes projetos, inclusive, são preparados e o Nordeste é o destino de um deles.

 25ª

Colocação no ranking de desempenho da Aneel de 2021 entre 29 empresas, a Enel Ceará lidera quando o assunto é aumento da tarifa. O resultado do ano passado se deve às 12h02 observadas no indicador Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), que mede o tempo médio sem energia, e as 5,12 interrupções do fornecimento de energia identificadas no Frequência Equivalente de Interrupção (FEC).

Articulações no Reino Unido

Londres é o destino de Lucas Fiuza, diretor de Negócios da Apex-Brasil, nesta semana. O objetivo da agenda é articular as ações e eventos previstos para o segundo semestre de 2022 e identificar novas tendências e oportunidades de investimento e colaboração. Hoje, ele visita o Foreign Direct Investment do Financial Times, líder mundial em soluções de promoção de investimentos alimentadas por dados e mídia, e no Department for International Trade, congênere da Apex-Brasil. Entre 21 e 22, os compromissos são no evento da CIArb, Chartered Institute of Arbitrators, Investing and Doing Business in Brazil – Opportunities and Legal Protection – Arbitration: State of Play, e na Embaixada do Brasil no Reino Unido.