Jornalista, repórter especial do O POVO, tem mais de dez anos de experiência em jornalismo econômico
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A Petrobras, em parceria com a Equinor, confirmou o interesse em investir em eólicos offshore e deu entrada no processo de licenciamento ambiental para a instalação de parques em dez áreas no mar brasileiro. Com a medida, a companhia diz ser a empresa de maior potencial do País nesse segmento. Das dez, sete são no Nordeste e três são no Ceará.
O Rio Grande do Norte é alvo de outros três projetos, enquanto Maranhão (1), Rio de Janeiro (1), Espírito Santo (1) e Rio Grande do Sul (1) completam as áreas de interesse da companhia, que somam 23 gigawatts de capacidade total de geração de energia elétrica.
Com os novos parques, a lista de pedidos de licenciamento contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) é ampliada de 78 para 88. O Rio Grande do Sul continua na liderança com 27 projetos, seguido de perto pelo Ceará, com 26. Maranhão (3), Rio Grande do Norte (13), Espírito Santo (6) e Rio de Janeiro (11) também tiveram aumento, enquanto os demais estados se mantiveram com a mesma quantidade.
“Essa iniciativa marca a entrada efetiva da Petrobras no segmento de energia eólica offshore. E esse nosso passo é compatível com a grandeza da Petrobras. Estamos preparando a empresa para se tornar a maior desenvolvedora de projetos de energia eólica do Brasil. Somos a empresa que mais detém conhecimento do ambiente offshore brasileiro e temos tradição em operações marítimas que podem trazer sinergias relevantes aos projetos de eólica offshore”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em nota.
O potencial de assumir a liderança do setor de offshore no Brasil é reconhecido pelo consultor em energias renováveis Jurandir Picanço. O especialista considera que a capacidade de investimento torna a companhia uma das mais promissoras do País.
Picanço ainda comemorou a confirmação do interesse no Ceará, ressaltando que o Estado possui condições exemplares de geração de energia a partir das eólicas offshore. No entanto, ele observa que o Rio Grande do Norte possui qualidades semelhantes e é essencial que haja esforços para ter no mar cearense as primeiras usinas em operação.
“Se puder haver alguma influência para ser o primeiro estado a ser beneficiado seria ótimo. Temos um atrativo grande porque o Complexo do Pecém já foi estudado para ser base de apoio para usinas offshore”, observou.
A ideia é que o Governo do Estado assegure o Porto do Pecém como base para os equipamentos instalados no litoral brasileiro, o que traz mais vantagem ao Ceará para confirmar a instalação dos primeiros parques offshore do País.
Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), destaca a iniciativa da Petrobras como um indutor de políticas públicas para o setor no Brasil.
"A Petrobras é uma empresa do governo brasileiro, tem um grau de influência muito grande, é a maior empresa do Brasil, então, o caminho que a Petrobras vai percorrer é um indicador muito importante", afirmou.
Na prática, segundo ela, a companhia segue um movimento já observado em outras petroleiras pelo mundo, como a parceira Equinor. O fator mais relevante é que a Petrobras voltou para os investimentos em energia eólica no Brasil. A Petrobras já teve investimentos em energia eólica onshore, ela se desfez desses ativos quando mudou a sua estratégia, num passado até não muito distante. Vai se transformar em uma empresa de energia e vai investir fortemente em energias renováveis", reforçou.
A companhia ainda se coloca como responsável pela "maior campanha de mapeamento eólico no Brasil", uma vez que desempenha a atividade há dez anos "e, conforme divulgado em 31/08, está intensificando as campanhas de medição eólica em algumas locações no mar brasileiro, fundamentais para a avaliação da viabilidade técnica de futuras instalações de energia eólica offshore".
Entre essas áreas, estão seis plataformas localizadas em águas rasas no litoral dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo.
No entanto, apenas a área visada pela Petrobras no Rio de Janeiro apresenta características distintas das demais e que vai requerer uma nova tecnologia de implantação. Trata-se de águas de profundidade maior que 100 metros, "na qual não é possível utilizar fundações fixas, cravadas diretamente no solo marinho".
Portanto, a empresa planeja instalações flutuantes para o projeto, "semelhantes à tecnologia que vem sendo desenvolvida pela companhia em parceria com a USP, conforme divulgado em 10/08 deste ano".
“A tecnologia para eólicas flutuantes vem se desenvolvendo muito rapidamente e apresenta vantagens na sua construção e instalação, uma vez que pode ser montada em um porto, na costa, e rebocadas até o local de instalação, sem necessidade de embarcações específicas para instalação de aerogeradores no mar. A viabilização de projetos com estruturas flutuantes abrirá possibilidades de integração e fornecimento de energia para as nossas plataformas de produção”, disse o Diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim.
Parques eólicos offshore em licenciamento no Ibama
Ceará:
26 projetos
Espírito Santo:
6 projetos
Maranhão: 3 projetos
Piauí: 4 projetos
Rio de Janeiro:
11 projetos
Rio Grande do Norte: 13 projetos
Rio Grande do Sul:
27 projetos
Santa Catarina:
1 projeto
Fonte: Ibama/Petrobras
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