Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
A ferramenta instantânea do Pix é um sucesso em termos de uso. As transações diárias bateram recorde para um único dia na semana passada, sexta-feira, 6 de maio. Foram 73,198 milhões de operações, superando o número anterior do último 7 de abril, de 63,504 milhões. Mas quando se fala de Pix saque e troco a sensação é que a modalidade ainda não pegou.
Esta colunista que vos escreve fez a experiência. Farmácias, lojas, supermercados. Ao todo foram 12 estabelecimentos visitados e os atendentes e caixas nem sabiam do que se tratava. O sistema de pagamento instantâneo já vem desde novembro de 2020 e já está consolidado. Já as opções de saque e troco começaram em 2021 e são para retirada de dinheiro em espécie, que pode ser oferecida pelo estabelecimento cadastrado para isso, podendo ser até em padarias.
No mapa de onde há as ferramentas em Fortaleza, os cadastros constam basicamente em locais ligados a bancos, principalmente à Caixa Econômica Federal, como as lotéricas.
Segundo resposta do Banco Central à coluna, atualmente existem aproximadamente 15 mil pontos de atendimento do Pix Saque e Pix Troco no País, entre estabelecimentos comerciais, correspondentes bancários e caixas eletrônicos. Não há dados regionais, mas de dezembro/21 a março/22, os serviços ultrapassam 290 mil transações no Brasil, ante os milhões em um dia só quando se fala no todo do sistema.
O estabelecimento que está perto de implementar no Ceará é a Pague Menos. Segundo o diretor Financeiro do Grupo, Eduardo Dias, a baixa adesão é mais por questões técnicas por parte do varejo, bem como o pouco tempo do início das operações de Pix saque e Pix troco.
"Existe toda uma dinâmica de adequação das empresas de automação comercial, bem como as negociações com os agentes diretos sobre repasse de interbancária para os estabelecimentos."
Em termos de ganhos financeiros, ele lista a baixa no custo com transporte de numerário, pois o saldo de recurso em loja passa a ser menor e, com isso, incorre em menos valor de frete (ad valorem) pago às transportadoras e tesourarias de banco homologadas. Além do repasse que varia de R$ 0,35 a R$ 0,80 por transação para o estabelecimento.
Para o uso efetivo das opções, Eduardo detalha que a Pague Menos está ainda na fase de validação com a automação comercial. "Mas tão logo homologuemos iremos sim prestar o serviço ao nosso público."
Falta de informações e insegurança são fatores apontados no comércio para a cautela em relação ao Pix Saque e Pix Troco.
Freitas Cordeiro, presidente da FCDL-CE, usa a ferramenta para pagamentos, mas diz que quanto a outras modalidades, principalmente o pequeno comerciante prefere ainda trabalhar com cartão e dinheiro.
O economista Érico Veras disse que, devido ao perigo de fraudes, a adesão a estas modalidades de Pix fica mais restrita.
Já o presidente da Associação Cearense de Supermercados, Nidovando Pinheiro, detalha que a procura chega a ser "nenhuma", e que é preciso uma maior divulgação das ferramentas.
Assis Cavalcante, da CDL de Fortaleza, acrescenta que o próprio Pix estimula uma circulação menor de papel moeda no mercado e que a aderência ao saque e troco no sistema não deve ser estimulada por muitos lojistas.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.
