Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
Diante da polêmica do monitoramento da Receita Federal, o que o governo Lula deveria ter feito era mesmo ter seguido em frente e mostrado mais à frente quem estava com a razão. Mas a estremecida política foi mais forte
Não foi apenas sobre a forma como anunciou a ampliação do monitoramento da Receita Federal sobre a renda do brasileiro, o que incluía o Pix, que o governo Lula incorreu em erro. Também pisou na jaca quando disse e se posicionava contra a taxação das blusinhas e acabou sancionando a medida aprovada pelo Congresso, inclusive com o voto a favor deste imposto de importação daquele que fez o vídeo que mais viralizou nesta semana: Nikolas Ferreira (PL-MG). E quando o Executivo revogou piorou ainda mais a situação da falta de confiança da população. "Por que fez isso se não ia aumentar impostos?", bradava-se.
Na teoria, estava tudo certo, sem aumento de impostos. Lula quer isentar quem ganha até R$ 5 mil no IR. A medida é bem vista. Para isso, faz-se lógico que o monitoramento subisse de valor, fosse mesmo dos R$ 2 mil para R$ 5 mil pessoa física e de R$ 6 mil para R$ 15 mil para pessoa jurídica. Também faz sentido se adaptar aos hábitos do consumidor e inserir bancos digitais. Mas a relação entre o IR e a fiscalização não foi feita e a medida foi vista apenas como uma medida arrecadatória. E claro que também é. Afinal, a fiscalização combate a sonegação. Além disso, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, se atrapalhou nos discursos, mostrando como a RF vê, muitas vezes, os contribuintes, com desconfiança.
Porém, isso acontece em um momento de caça aos impostos, que se somou à pecha de um governo que não corta gastos (porque pensa nos programas sociais, mas também tem a máquina pública inchada), à taxa das blusinhas, ao injusto taxad, em referência ao ministro Haddad, e à alta do dólar ao patamar de R$ 6. A oposição montou no discurso e surfou a onda de senhor da razão. Porém, eles usaram de "meias verdades" e enganaram a população. Disseram que o Pix não ia ser taxado, mas insinuaram que não duvidava que poderia ser. Porém, quem queria taxar as transações era o governo Jair Bolsonaro. Nikolas colocou na roda a questão da quebra de sigilo dos dados. Mas as informações enviadas ao Fisco já eram, continuam e permaneceriam sendo protegidas por sigilo bancário. O que Lula deveria ter feito era mesmo ter seguido em frente e mostrado mais à frente quem estava com a razão. Mas a estremecida política foi mais forte. Até tentaram amenizar tudo anunciando a revogação estrategicamente um dia antes da sanção da histórica reforma tributária, mas o bonde já havia saído do trilho.
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