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Um mês de tarifaço: exportações do agro do Ceará para os EUA caem 61% em agosto
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Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e tem Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM e DMI da Irlanda

Um mês de tarifaço: exportações do agro do Ceará para os EUA caem 61% em agosto

Ao olhar para pescados, a queda foi de 100% em alguns segmentos, e a castanha de caju vendeu -95,33% para os norte-americanos
Segmentos de pescados e castanha de caju estão entre os mais impactados pelo tarifaço (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Segmentos de pescados e castanha de caju estão entre os mais impactados pelo tarifaço

As exportações do agronegócio cearense para os Estados Unidos caíram 61% em agosto deste ano ante igual período de 2024, após um mês do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

Veja ao fim desta matéria os produtos do agro com mais quedas de exportação para os EUA

O valor de US$ 870.846 foi bem menor do que os US$ 2.290.983. No acumulado do ano, as comercializações ficaram estáveis, variando 0,63%. A diferença foi de US$ 22.000.787 em 2025 contra US$ 21.861.191.

Os dados são do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

No segmento de castanha de caju, fresca ou seca, sem casca, houve um impacto expressivo de -95,33% nas comercializações para os norte-americanos. Saiu de US$ 1.681.134 em agosto do ano passado para US$ 78.397 em agosto deste ano.

O impacto se refletiu considerando as exportações totais da castanha de caju pelo Ceará, o que engloba outros mercados. O resultado foi de -12,9%.

Ao olhar para pescados, a queda foi de 100% em alguns segmentos:

  • Outros peixes ornamentais vivos
  • Lagostas (Palinurus spp., Panulirus spp., Jasus spp.), vivas, frescos ou refrigerados
  • Outros salmonídeos, congelados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes da posição 0304
  • Lagostas congeladas

Dos produtos com os maiores valores de exportação para os Estados Unidos, suco (sumo) de qualquer outra fruta ou produto hortícola lidera, com US$ 2.367.046. Aqui a queda foi de 32% em agosto.

Bem como sucos e extratos de outros vegetais (mamão seco, semente de pomelo, ginkgo biloba seco), que registraram recuo de 77,5% no período.

Ainda no segmento agropecuário cearense, houve queda de 73% em couros e peles inteiros, de bovinos ou de equídeos, preparados após curtimenta ou secagem e couros e peles apergaminhados, depilados, divididos, com a flor. O valor exportado saiu de 1.685.597 em agosto de 2024 para US$ 442.203 neste ano.

Frente ao tarifaço, ceras vegetais, mesmo refinadas ou coradas (exceto triglicerídeos) recuaram 72%.

Balança comercial do Ceará em agosto de 2025

Com um mês da entrada em vigor, no dia 6 de agosto, do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos, as exportações cearenses cresceram 100% em agosto, ante igual período de 2024, atingindo US$ 152,1 milhões.

No acumulado do ano (janeiro a agosto) a alta foi de 36,3%, com US$ 1,5 bilhão.

O saldo da balança comercial foi negativo, pois o Estado importou mais do que vendeu para fora. Apesar da queda de 36,1% nas importações, o valor chegou em US$ 209,7 milhões no mês passado, gerando déficit de US$ 57,6 milhões.

De janeiro a agosto deste ano, a queda foi de US$ 377 milhões, decorrente dos US$ 1,9 bilhão importados, superando o valor de exportações, apesar de recuo de 6,7% frente ao que foi adquirido de outras nações em igual período de 2024.

No ranking das exportações totais, o Ceará figura em 16º do País, considerando agosto, com 0,56% de participação. Em importação a colocação é a mesma, com 0,88% do total nacional.

Contabilizando o ano, fica em 17º e 0,68% nas vendas para o Exterior, e 13º e 1% nas compras.

Em agosto, a participação dos Estado Unidos nas exportações feitas daqui foi de 34,6%, seguida de México (25,1%), China (5,3%), Itália (5,1%), Argentina (3,9) e Índia (3,3%).

Para se ter ideia, em 2024, a representatividade dos EUA nas exportações do Estado foi de 44,9%, seguida de Países Baixos-Holanda (4,3%), México (3,9%), China (3,9), França (3,9%) e Argentina (3,9%).

Veja os produtos do agro cearense com mais quedas de exportação para os EUA

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