Sete dicas quentes para seu carro (e seu bolso) não sofrer no inverno
Boris Feldman é mineiro, formado em Engenharia e Comunicação. Foi engenheiro da fábrica de peças para motores Metal Leve e editor de diversos cadernos de automóveis. Escreve a coluna sobre o setor automotivo no O POVO e em diversos outros jornais pelo país. Também possui quadro sobre veículos na rádio O POVO/CBN
Tanquinho – A maioria dos carros flex ainda conta com o famigerado tanquinho de gasolina para a partida a frio. Para injetá-la quando o tanque está abastecido com etanol e a temperatura abaixo de 15°C. Nessas condições, o motor não pega, pois o álcool não se vaporiza e chega em seu interior praticamente em estado líquido. Então, a central percebe a situação e injeta gasolina. Alguns carros mais modernos eliminaram este sistema obsoleto e resolvem o problema com aquecimento do álcool ou elevada pressão de injeção. Mas nem sempre o sistema de partida a frio funciona e às vezes faz o motorista virar o arranque até esgotar a bateria. Neste caso, verificar:
1- A gasolina que ficou desde o inverno anterior e já apodreceu no tanquinho. Esgotá-lo e substituí-la; se possível, por uma especial do tipo Podium (BR) ou Octapro (Ipiranga). Que duram mais que meros dois ou três meses... 2- A bombinha injetora que pode ter travado. Ou algum problema na central eletrônica.
Alguns carros flex, como os da Honda, contam com um sistema que – ao se dar a partida - sempre injeta um pouco de gasolina, para evitar seu envelhecimento.
Gasolina – Se você sempre abastece com o etanol, pelejou com o sistema de partida a frio e continua tendo problemas para fazer o motor do seu flex pegar, vai aqui uma dica definitiva: nesta época de temperaturas mais baixas, acrescente uns 25% a 30% de gasolina no tanque de álcool. Suficiente para vaporizar o combustível mesmo sem auxílio do sistema.
Ar-condicionado – O sistema de ar-condicionado é como o próprio automóvel: quando fica inativo durante muito tempo, os problemas aparecem.
O compressor parado, por exemplo, fica sem lubrificação e pode se oxidar. O equipamento tem mangueiras e dutos que se ressecam no caso de ficarem inativos. E apresentam vazamentos mais tarde.
A dica então é, mesmo no frio, ligar o ar-condicionado cada 20 dias durante uns 5 minutos para evitar problemas no futuro.
Bateria – Inverno não é época só de festas juninas, mas também das lojas de baterias. Por que "escolhem" o tempo mais frio para entregar os pontos?
1- Elas produzem eletricidade a partir de uma reação química que fica prejudicada com as temperaturas mais baixas. 2- O combustível tem maior dificuldade de se vaporizar no frio. O etanol, então, continua em estado líquido abaixo de 15ºC. Por isso os carros flex abastecidos com ele precisam de um artifício para o motor pegar pela manhã. 3- O óleo fica mais viscoso e os componentes móveis do motor maior dificuldade de se movimentar, o que exige mais energia da bateria.
Cabe ao motorista, no inverno, evitar o uso exagerado de equipamentos elétricos. Em carro que não os desligam no momento de acionar o arranque, ele mesmo deve se lembrar de desativá-los. Especial cuidado para não deixar nenhuma lâmpada ou aparelho ligado durante a noite.
Embaçou? É comum o embaçamento dos vidros, pois o frio obriga os passageiros a fechá-los para se protegerem. E a diferença de temperatura interna e externa forma as minigotículas de água em sua superfície.
Jamais passar a mão para desembaçar, pois a gordura da pele acaba piorando a situação a médio prazo. Correto é ligar o ar quente voltado para o para-brisa, reduzindo o embaçamento pela evaporação.
Curiosamente, o ar-condicionado pode também resolver, pois resfria o para-brisa e equilibra as temperaturas interna e externa.
Mas a melhor solução ainda são os dispositivos antiembaçantes disponíveis no mercado. Um deles é uma flanela que, umedecida e passada no vidro, evita o embaçamento durante horas.
"Esquentar" – Muito motorista acha que, por estar frio pela manhã, deve então esquentar o motor por alguns minutos para que ele atinja mais rapidamente a temperatura ideal de funcionamento. É jogar dinheiro no lixo.
Viscosidade – O manual do motorista de alguns automóveis sugere o uso do óleo de motor com duas viscosidades. Por exemplo, 5W30 ou 10W40. Neste caso, é sempre mais interessante usar o mais "fino" (menor viscosidade), pois oferece menor resistência ao movimento dos componentes internos do motor (pistão no cilindro, por exemplo). Facilita o início do funcionamento do motor nas manhãs mais frias (o "W" na classificação SAE vem de "Winter", ou inverno). E ainda reduz o consumo de combustível.
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