As fakenews, novamente, se revestem de jornalismo sério
Estagiou como produtor na Rádio O POVO/CBN e repórter do portal de notícias O POVO. Na editoria de Política, atuou como estagiário e, desde janeiro de 2019, é repórter. Cobriu as eleições de 2018 e 2020. Participou da quarta fase do Projeto Comprova. A coluna é dedicada principalmente ao acompanhamento e análise do fenômeno da desinformação e das fake news. Como elas influenciam o cenário político e quais conteúdos fraudulentos têm mais repercussão
As fakenews, novamente, se revestem de jornalismo sério
Renata Vasconcellos, da TV Globo, e Ítalo Coriolano, do O POVO, foram os alvos da vez. Técnica de manipulação usada contra Renata é tendência em outros países
Duas mentiras de natureza similar circularam nas redes sociais nesta semana, com apenas cinco dias de campanha. A marca comum de ambas é a utilização da credibilidade do jornalismo profissional como principal trunfo das peças de desinformação que se pretendeu emplacar. O primeiro alvo fica no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro, sede da TV Globo. A jornalista e apresentadora do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos, foi vítima da técnica de manipulação chamada deepfake, tendência em contextos eleitorais de outros países que se populariza no Brasil.
Uma suposta Renata, então, passou a ler o resultado de uma falsa pesquisa Ipec (antigo Ibope) em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece na liderança, seguido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder petista consta na dianteira tanto no Ipec como no Datafolha, dois dos principais institutos de pesquisas de intenção de voto brasileiros.
A técnica de edição faz com que o rosto de uma pessoa se mova de modo que fale o que o editor do vídeo desejar. Centenas de fotos e vídeos são enviados para que o software aprenda as características do rosto da vítima, sobretudo como se move no momento em que fala e como se comporta diante da luz e da sombra. Tudo muito verossímil, embora não perfeito.
O portal de notícias Uol elencou dicas para que um usuário possa identificar se está ou não diante de um caso de deepfake. Vamos a algumas delas: ter atenção a movimentos estranhos e a eventual tamanho desproporcional do rosto; se o vídeo tiver áudio, prestar atenção na sincronia entre som e boca; pesquisar a procedência da informação que o vídeo passa.
O vídeo foi editado. Até aqui, o petista não apareceu líder em nenhuma pesquisa de opinião publicada. O levantamento Ipespe mostra Capitão Wagner com 38% das intenções de voto, com Roberto Cláudio em segundo, totalizando 28%, e Elmano Freitas com 13%. O resultado para o Governo do Ceará da primeira rodada da pesquisa Ipespe foi publicado em 4 de agosto. O vídeo falso recorta a fala do jornalista Ítalo Coriolano, editor de Política do O POVO, no trecho em que cita o percentual obtido por Capitão Wagner, transferindo-o para o candidato petista.
A margem de erro máxima estimada da pesquisa Ipespe é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%. A pesquisa foi realizada de 30 de julho a 2 de agosto. O Ipespe ouviu mil pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do Ceará, por telefone, via sistema Cati Ipespe. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.