O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Dois candidatos com as maiores coligações para a disputa em Fortaleza neste ano, José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros) apresentaram à Justiça Eleitoral um documento com diretrizes para a elaboração de seus planos de governo. Os documentos, com cinco páginas no caso de Sarto e dez no de Wagner, são o primeiro passo para definição das principais propostas de cada candidatura. Até agora, eles são os únicos dois candidatos da disputa com documentos do tipo já registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mais enxuto, documento da coligação do PDT, que une dez partidos das bases aliadas de Roberto Cláudio (PDT) e do governador Camilo Santana (PT), é mais genérico, construído com base em seis "valores centrais". São eles: "Inclusão social e redução das desigualdades", "geração de emprego e renda", "cidade para pessoas e participação popular", "ética e transparência", "responsabilidade com as finanças públicas" e "integração e intersetorialidade".
A peça acaba destacando promessa de "continuísmo com autocrítica" da candidatura pedetista. No documento, são destacados em diversos momentos "avanços significativos" da atual gestão, destacando principalmente o plano de planejamento a longo prazo "Fortaleza 2040", tocado pela gestão RC. "Continuar e expandir as políticas dos últimos oito anos, que tem transformado a cidade, aperfeiçoando-as no que for necessário, e propor ações novas e criativas para avançar mais", resume o documento.
O documento de diretrizes destaca ainda que a candidatura deve realizar novas reuniões, oficinas de trabalho e discussões coletivas com entidades de classe e de bairros para formular as propostas do Plano de Governo. Ou seja, o documento tem mais status de "work in progress", algo a ser concluído durante a campanha.
Reunindo hoje várias das principais lideranças de oposição no Estado, a coligação de nove partidos encabeçada pelo deputado Capitão Wagner (Pros) é mais concreta, já trazendo uma série de possíveis políticas a serem adotadas pelo candidato. Em vez de valores e ideias, o deputado diz já ter conduzido debates e cita propostas em quatro eixos - "saúde, educação e desenvolvimento humano", "desenvolvimento econômico, inovação e emprego", "meio ambiente, mobilidade e infraestrutura" e "governança eficiente, transparente e participativa".
Em saúde, por exemplo, algumas ideias citadas já era citadas pelo candidato na eleição passada. "Acesso do usuário ao sistema através da marcação de consulta por aplicativo de celular, internet ou central telefônica 24h". Outras propostas têm até mais cara de promessa, como ponto onde o candidato propõe "zerar todas as filas de consultas, exames e cirurgias até o final do quinto mês do primeiro ano de gestão". Ousado, para dizer o mínimo.
Polêmica que foi muito presente na campanha de 2016, o uso da Guarda Municipal como polícia ostensiva volta a aparecer no plano, com uso da tropa para "policiamento de praças e parques públicos", além da garantia de "policiamento preventivo no ambiente escolar". Ainda na área da segurança, Capitão promete otimizar torres de segurança já construídas, além da adoção de sistemas de videomonitoramento em vias públicas. Apesar de não citar a ampliação do armamento de guardas municipais, proposta sua em 2016, o candidato fala em criar uma sede própria para a corporação e uma academia para capacitação permanente dos agentes.
Outra proposta curiosa é a criação de um "agente da educação", escolhido por seleção pública, que atuaria na "pacificação" do ambiente escolar pela promoção de laços família-escola-comunidade. Neste mesmo sentido de pacificação, a plano destaca possível "uso de tecnologias de vigilância eletrônica e ações de promoção da vida" para segurança em escolas. O plano propõe ainda desde a formação de parcerias com entidades religiosas para promoção de valores e ressocialização de dependentes químicos, até a criação de uma coordenadoria para promoção de direitos LGBTQIA .
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