Última atualização do portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já mostra informações de cerca de 15,8 mil candidatos para a eleição deste ano nos municípios do Ceará. Deste total, três categorias se destacam por trazerem já no nome de urna a profissão do candidato: Ao todo, pelo menos cem pastores, 200 militares e mais de 500 professores irão disputar cargos em prefeituras e câmaras municipais no dia 15 de novembro.

Entre os militares, se inscreveram na disputa deste ano 155 policiais militares, 29 militares reformados e 15 bombeiros militares. 147 deles destacam as patentes das corporações - a maioria suboficiais - já no nome de urna, sendo eles, ao todo, três soldados, vinte cabos, 66 sargentos, 15 subtenentes, 14 tenentes, 14 capitães, 8 majores e sete coronéis. Apontado como um dos líderes do movimento de paralisações na PM do Ceará ocorrido no início deste ano, Cabo Sabino (Avante) é um dos candidatos, disputando vaga de vereador em Fortaleza.

Os partidos que mais têm militares candidatos são o PL (22) e o Pros (17), sigla do grupo político do candidato a prefeito de Fortaleza Capitão Wagner. Curiosamente, aparece logo depois na lista o PDT, com 14 militares candidatos, e o PSL, com 11. O número de candidatos pedetistas em carreiras militares é alto sobretudo porque o partido é líder isolado no número absoluto de candidaturas - tendo muito mais candidatos espalhados pelo Estado do que todos os outros partidos na disputa.

Em nome da fé

Outro grupo que chama a atenção entre inscritos para a eleição são o de religiosos, principalmente evangélicos neopentecostais. Ao todo, 90 candidatos terão o título de "pastor" já no nome de urna. Completam a lista de políticos da fé oito "missionários" e dois "apóstolos". A Igreja Católica, que já foi maioria absoluta entre fieis brasileiros, aparece bem menor entre as candidaturas, com apenas 5 padres na disputa.

 

Profissões

Os professores, no entanto, seguem líderes absolutos entre as carreiras com mais competidores: ao todo, 565 candidatos carregam o título "professor" já no nome de urna. Outras profissões muito comuns entre candidatos cearenses são agricultores (1753), comerciantes (1118) e empresários (840). Uma das categorias que mais elege políticos, médicos são minoria entre candidatos, com apenas 142 representantes da classe na disputa. Motoristas de aplicativos, por outro lado, são estrelas em ascensão com 199 candidatos, dois deles carregando até o título "do Uber" na urna.

Bolsonaro e Lula

A polarização do cenário nacional se reflete também na política local. No Ceará, dois candidatos trazem o nome "Bolsonaro" no nome de urna: Wilmar Bolsonaro (Republicanos), candidato a vereador em Fortaleza, e Dra. Lúcia Bolsonaro (Avante), candidata a prefeita de São Gonçalo do Amarante. Nenhum dos dois possui o sobrenome do presidente da República. Do outro lado, dois candidatos trazem referências ao ex-presidente Lula (PT): Lula do PT (PT), candidato a vereador em Iguatu, e Wanderley Lula (PT), candidato a vice-prefeito em Cascavel.

"Fulano do povão"

Também são muitos os candidatos que incluem adjetivos ou expressões no nome de urna apostando em ganhar a simpatia do eleitor. Neste sentido, alguns dos mais comuns são candidatos com os títulos "do povo" (50), "do hospital" (27), "do posto" (19), "do povão" (16), "do PT" (15), "da padaria" (8), "da farmácia" (7), "do Uber" (2), "do Dpvat" (1). Raridade e desejo do brasileiro em tempos de pandemia, o termo "do bar" aparece em seis candidaturas no Ceará.

Brancos e pardos são 90%

No quesito raça, entre os 15,8 mil candidatos inscritos no TSE, 79 se autodeclararam amarelos (0,4%), 4885 brancos (30,8%), 44 indígenas (0,2%), 9484 pardos (59,8%) e 1111 pretos (7%). Ou seja, para cada candidato preto, existem mais de quatro brancos.