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MP abre inquérito contra André Fernandes por suposta improbidade administrativa
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

MP abre inquérito contra André Fernandes por suposta improbidade administrativa

O deputado é acusado de usar dois funcionários do gabinete para coleta de assinaturas para o partido Aliança Pelo Brasil; deputado diz ser vítima de perseguição
Deputado estadual André Fernandes (Foto: Thais Mesquita/O POVO) (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Deputado estadual André Fernandes (Foto: Thais Mesquita/O POVO)

A promotora Maria Jacqueline Faustino, da 2ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, decidiu instaurar Inquérito Civil Público para apurar suposto ato de improbidade administrativa por parte do deputado estadual André Fernandes (Republicanos).

A decisão, expedida na terça-feira (20) e publicada nesta quinta-feira (22), teve base em denúncia apresentada ao Ministério Público do Ceará (MP-CE) apontando que funcionários do gabinete do deputado teriam sido utilizados para coleta de assinaturas visando a criação do partido Aliança Pelo Brasil, articulado por Jair Bolsonaro.

"Há elementos que indicam que o parlamentar está a utilizar servidores comissionados lotados em seu gabinete para a realização de atividades que não guardam qualquer tipo de correlação com a função para a qual foram empossados, o que denota nítido desvio de função e malversação do erário público estadual”, diz a denúncia encaminhada ao MP.

No documento, o autor da denúncia aponta que dois assessores do deputado teriam participado de mutirões de assinaturas pela criação do partido, inclusive em municípios do Interior. Os eventos ocorreram durante dias de expediente normal na Assembleia.

Nota do deputado

Em resposta, o deputado André Fernandes encaminhou nota à coluna negando irregularidades. Ele afirma que funcionários trabalharam pelo partido no tempo livre e se diz vítima de "perseguição política" no caso:

Isso é perseguição! Podem vasculhar minha vida toda, jamais acharão algum indício de irregularidade.

Nunca usei assessor para outros fins se não para me assessorar no mandato parlamentar.

Agora, se todos meus assessores são FÃS do Bolsonaro, fizeram campanha pro Bolsonaro de forma voluntária e se ainda hoje eles querem ajudar na criação do Aliança pelo Brasil, como vou impedir que eles façam isso fora do expediente?

Essa decisão não passa de perseguição política! Minha vida é transparente e espero ansiosamente ser intimado para provar tudo que estou falando.

Delegado é alvo em ação semelhante

Em abril deste ano, o MP-CE abriu investigação semelhante para apurar caso semelhante envolvendo o deputado Delegado Cavalcante (PSL). Assim como Fernandes, ele também é acusado de desviar função de servidores do gabinete para trabalho em prol da criação do partido. Cavalcante, no entanto, nega as acusações e diz que todas as atividades foram realizadas no tempo livre dos assessores, custeadas pelo próprio bolso do parlamentar. (colaborou Lucas Barbosa)

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