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Bloco de Wagner pode ter quatro baixas antes da posse
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Bloco de Wagner pode ter quatro baixas antes da posse

Tipo Análise
Coligação de Capitão Wagner pode começar o próximo ano com quatro baixas (Foto: Fabio lima )
Foto: Fabio lima Coligação de Capitão Wagner pode começar o próximo ano com quatro baixas

Bloco de doze vereadores eleitos pela coligação de Capitão Wagner (Pros) na disputa deste ano em Fortaleza já pode começar o próximo ano com quatro baixas. A informação é de interlocutores próximos da futura gestão José Sarto (PDT), que apostam em novas adesões à base aliada logo no início do próximo ano. Nas últimas semanas, o prefeito eleito tem tocado, paralelamente com trabalhos de transição, uma agenda de reuniões com todos os parlamentares eleitos em Fortaleza, inclusive com nomes do bloco wagnerista.

Dentro do grupo oposicionista, são vistos como potenciais aliados do governo na Câmara Municipal os vereadores Cônsul do Povo Erivaldo Xavier (PSC), Wellington Saboia (PMB) e Germano He-Man (PMB). Nesses três casos, aliados de Sarto destacam que o prefeito eleito já "abriu linha de diálogo" com os parlamentares, recebendo retorno positivo. Ainda não há compromisso fechado de adesão à base, mas a expectativa é que todos sejam incorporados oficialmente ao bloco de sustentação do próximo governo.

Caso do PMB foi noticiado pela coluna na terça-feira passada, 8. Um dia antes, na segunda-feira, os dois integrantes da bancada se reuniram com Sarto. Questionado sobre postura da bancada com relação ao futuro governo, o líder do partido, Wellington Sabóia, negou ter "compromisso de oposição" com o futuro prefeito e disse que a sigla teria postura "independente". Na quarta-feira, 9, antes mesmo da posse, Germano He-Man foi recebido na sede da Regional IV para cobrar limpeza da Lagoa do Opaia, base do vereador na Vila União.

Ex-vereador que volta ao Legislativo em 2021, Sabóia fez movimento semelhante em 2012, quando se elegeu vereador pelo PSC. Na época, a sigla integrava coligação que apoiou o candidato derrotado do PT, Elmano Freitas, contra Roberto Cláudio (PDT) na eleição. Apesar disso, Sabóia, que já tinha até ocupado cargos na gestão petista, migrou para a base de RC.

PSC

Cônsul honorário do Marrocos no Nordeste, Erivaldo Xavier é visto como alguém com bom diálogo e relações com a base dos Ferreira Gomes no Ceará. Representando a embaixada do país do norte da África em diversos eventos, Xavier participou inclusive da negociação com o governo Camilo Santana (PT) e o secretário Arialdo Pinho (Turismo) para a incorporação de voos diretos entre Fortaleza e Casablanca no hub aéreo da Capital. Curiosamente, ele dividirá bancada do PSC com a vereadora reeleita Priscila Costa, uma das parlamentares mais próximas de Wagner e que promete oposição ideológica à gestão Sarto.

"Independente"

Última possível baixa no bloco de "oposição linha dura" é também o caso mais curioso dos quatro. Eleito pelo Pros, partido de Capitão Wagner, Bruno Mesquita é visto pela base do futuro prefeito não como potencial opositor, mas sim como um parlamentar "independente". Aliados próximos de Sarto destacam relação familiar entre o vereador eleito e o ex-deputado Roberto Mesquita, que adotou postura semelhante de independência em vários momentos do mandato.

Neste sentido, pesa ainda relação pessoal entre Roberto Mesquita e José Sarto. Na legislatura de 2015 a 2018, quando o pedetista foi líder do governo Cid Gomes (PDT) na Assembleia e Mesquita integrava a oposição, os dois mantiveram mesmo assim "ótima relação" no parlamento, com o ex-deputado pendendo à base aliada em algumas votações e debates.

Matemática legislativa

Caso as quatro baixas da oposição se confirmem, bloco de Wagner no Legislativo cairá de 12 para oito nomes - incluindo três vereadores do Pros, três do Republicanos, uma do PSC e um do Podemos. Aditivam ainda a oposição a Sarto os dois vereadores eleitos pelo Psol, Gabriel Aguiar e Nossa Cara. O PT, com três vereadores eleitos, segue incógnita sobre a postura.

Do outro lado, Sarto poderá aumentar, com as três adesões esperadas, seu bloco aliado de 25 para 28 vereadores. É como dizem: Base aliada é igual coração de mãe.

 

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