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Wagner diz que candidatura é "irreversível" e que Girão não quer disputar 2022
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Wagner diz que candidatura é "irreversível" e que Girão não quer disputar 2022

Segundo o deputado federal, sua pré-candidatura é hoje "irreversível" dentro do principal bloco de oposição no Estado
Tipo Análise
Capitão Wagner é deputado federal (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados Capitão Wagner é deputado federal

O deputado federal Capitão Wagner (Pros) rejeita a tese de que estaria apenas "testando as águas" para 2022 ao se anunciar como pré-candidato a governador do Ceará. Segundo o parlamentar, em vias de migrar para o PSL de olho na disputa, sua pré-candidatura é hoje "irreversível" dentro do principal bloco de oposição no Estado, centrado em siglas como Pros e Podemos e que controla alguma das maiores prefeitura cearenses.

A afirmação de Wagner ocorre após o Jogo Político, podcast do Grupo de Comunicação O POVO, realizar edição falando das possíveis estratégias da oposição para a sucessão de Camilo Santana (PT) no ano que vem. No programa, jornalistas levantaram a possibilidade de o deputado estar se colocando na disputa apenas como "balão de ensaio", com o objetivo de avaliar sua viabilidade eleitoral em 2022. Depois da veiculação do podcast, Wagner procurou a coluna, reforçando que a candidatura é "para valer".

"A pré-candidatura é irreversível", diz o deputado. Ele destaca ainda que não depende mais de outros caciques da oposição para se colocar na disputa, como ocorreu em 2018, quando Wagner integrou grupo que inicialmente contava com nomes como Tasso Jereissati (PSDB), Eunício Oliveira (MDB) e Domingos Filho (PSD) - hoje todos na base governista. O deputado destaca que a articulação do bloco opositor será focada nos partidos, com anúncios importantes guardados para as próximas semanas.

"Vamos comer pelas beiradas", diz, sobre o tamanho expressivo do bloco governista no Ceará. Wagner destaca, no entanto, que a atual composição da oposição já garante ao grupo tempo significativo do horário eleitoral em rádio e televisão, inclusive com mais espaço do que o parlamentar teve disponível para a eleição de 2020.

 

Escute o Jogo Político

 

O que Girão quer

No último Jogo Político, jornalistas do O POVO também comentaram maior probabilidade de que o senador Eduardo Girão (Podemos) venha a ser o nome da oposição para a eleição de 2022. Como foi eleito para mandato de oito anos no Senado em 2018, o deputado tem vaga garantida na Casa até 2026, o que o deixaria mais "garantido" para a disputa do ano que vem. Além disso, o senador tem se empenhado na busca por maior visibilidade, com atuação ativa na CPI da pandemia em curso no Senado.

Capitão Wagner, no entanto, minimiza a tese de Girão candidato, afirmando que o próprio senador não teria interesse na disputa. "Girão não quer ser candidato. Eu votaria e apoiaria a candidatura dele com muita força, como fiz em 2018", afirma Wagner, que diz ainda "lamentar" a decisão do colega de oposição.

Vale destacar: apesar de muito menos expressiva que o bloco camilista, a oposição tem se organizado de olho em unidade no Ceará e conseguiu, no ano passado, o comando de algumas das maiores cidades do Estado. Caucaia, Juazeiro do Norte, Maracanaú e São Gonçalo do Amarante são hoje governadas por políticos próximos ou de Capitão Wagner ou de Eduardo Girão. Ainda assim, o PDT segue franco favorito na disputa, até pelo domínio absoluto no número de deputados e prefeitos no Estado.

 

Insatisfação na base

Para ficar registrado: crescem nos corredores da Câmara Municipal de Fortaleza sinais de insatisfação de alguns vereadores da base aliada com a gestão José Sarto (PDT). A choradeira ficou ainda maior nas últimas semanas, depois que o governador Camilo Santana (PT) começou a intensificar agenda de reuniões com prefeitos aliados. Segundo consta, a agenda inclui o atendimento de diversas reivindicações locais com obras e recursos.

A impressão é que muita gente já tenta ganhar o mesmo tratamento do prefeito, de olho em valorizar o passe para 2022. Diversos vereadores, de base e oposição, devem entrar na disputa, ou como candidatos, ou como cabos eleitorais valiosos.

 

Dia 15 de junho, estreia Jogo Político:

 

Foto do Carlos Mazza

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