O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O PDT do Ceará parece já ter fechado lista com seus possíveis pré-candidatos para a sucessão de Camilo Santana (PT) no Governo do Estado. Neste fim de semana, a legenda iniciou no Cariri uma série de 12 encontros regionais que debaterão com aliados a candidatura própria do partido para 2022. Com encontros em Brejo Santo e Barbalha, pedetistas reuniram para o debate interno o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio; o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão; a vice-governadora Izolda Cela e o secretário Mauro Filho (Planejamento e Gestão).
Fechada mais de um ano antes das eleições, a lista não deixa de ser uma mudança radical na estratégia eleitoral do PDT no Ceará, tradicionalmente acostumado a deixar definições de chapas e candidaturas para os "45 do segundo tempo". A preço de hoje, parece praticamente selado que o candidato do bloco aliado do PDT e PT no Estado sairá de um dos quatro pedetistas presentes nos eventos. Internamente, a avaliação é de que a antecipação já é efeito de movimentações de opositores no Ceará, que já confirmaram há vários meses a entrada de Capitão Wagner (Pros) na disputa.
Segundo o presidente do PDT do Ceará, deputado federal André Figueiredo, os eventos ocorreram não só para debater a sucessão no Estado, mas também para discutir a conjuntura nacional do partido para 2022, com apresentação da pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT) para a Presidência da República. "Colocamos muito forte essa candidatura do Ciro, mas também claramente que o PDT terá candidato ao governo do Estado", diz Figueiredo, destacando que o partido está "100% fechado" com Camilo Santana caso o governador decida deixar o cargo para disputar vaga ao Senado.
Segundo André Figueiredo, o partido deverá realizar dez outros encontros do tipo nos próximos meses, como início da discussão da estratégia eleitoral do partido para 2022. Os eventos deste fim de semana contaram com a presença de diversos prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e dirigentes partidários da região do Cariri. Chamou a atenção, no entanto, a ausência do senador Cid Gomes (PDT), hoje o principal articulador político do PDT no Ceará, no evento.
Outra ausência notada foi a do próprio Ciro Gomes, que estava de viagem a São Paulo para participar de atos pelo impeachment de Jair Bolsonaro marcados para este domingo. No evento cearense, cada um dos quatro pré-candidatos do PDT fez um longo discurso, com a maioria das falas tratando do atual momento de crise política do País. Hoje considerado o "candidato natural" do partido para a sucessão estadual, o ex-prefeito Roberto Cláudio destacou a importância do partido intensificar ações de militância política.
Causou grande repercussão, na semana passada, decisão do prefeito José Sarto (PDT) de sancionar lei aprovada pela Câmara Municipal instituindo a "semana da vida" em Fortaleza. Entre outros dispositivos, a norma autoriza a Prefeitura de Fortaleza a realizar "campanhas de informação a respeito dos malefícios médicos e psicológicos da utilização de anticoncepcionais" e do aborto.
Pegou mal, uma vez que Sarto investiu forte na imagem de médico e progressista durante a campanha de 2020, tentando grudar no adversário Capitão Wagner a pecha de intolerante e alinhado com ideais do bolsonarismo. A justificativa oficial do prefeito, de que a lei apenas "autoriza" a criação das campanhas, mas não as obriga, também não convenceu. Nas redes sociais, o clima de insatisfação com o prefeito era geral.
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