O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
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Principal liderança do PT em Fortaleza, a deputada federal Luizianne Lins disse neste fim de semana que não descarta apoiar a manutenção da aliança entre petistas e pedetistas para a eleição de 2022 no Ceará. A ex-prefeita destaca, no entanto, que a aliança precisa acontecer "dentro de condições que o PT aceite", afirmando ainda que se recusará a fazer composição com Roberto Cláudio (PDT) na cabeça da chapa para o Governo do Estado.
"Nós já temos vetos concretos, conversados e ditos. Roberto Cláudio hoje não passa nem entre os deputados, nem entre vereadores, nem entre militância, eles não querem o Roberto Cláudio. Se eles (Cid e Ciro Gomes) dizem que querem negociar e já chegam com um nome que já foi vetado, e inclusive a presidente Gleisi (Hoffmann, presidente nacional do PT) já foi informada disso, não vai para frente. Há um veto expresso, por tudo que ele fez e pelo que ele não fez, até porque ele poderia ter feito a diferença aqui na eleição do Haddad aqui em Fortaleza, e não mexeu uma palha. É um nome que já está fora", diz.
Atualmente, Roberto Cláudio é um dos quatro nomes cotados pelo PDT para disputar pelo Governo do Ceará em 2022. Prefeito de Fortaleza entre 2013 e 2020, RC é considerado o "candidato natural" à sucessão de Camilo Santana (PT) por ter deixado o governo elegendo o sucessor, José Sarto (PDT), e com uma gestão bem avaliada em pesquisas de opinião, principalmente na área de mobilidade urbana.
Pesquisa Ibope divulgada ao final do mandato, por exemplo, apontou aprovação do prefeito em 67%, com índice de ótimo ou bom em 56%. O índice era tão bom ou melhor que o da gestão Camilo Santana, que possuía ótimo ou bom em 51%. Além de RC, outros nomes cotados para a candidatura do PDT são o presidente da Assembleia, Evandro Leitão, a vice-governadora Izolda Cela e o secretário de Planejamento do Estado, Mauro Filho.
A ex-prefeita ainda "puxa as orelhas" de aliados, destacando que, atualmente, pedetistas precisam de petistas em 2022 muito mais do que o contrário. "Alguns líderes do PT deveriam entender isso, que eles (PDT) precisam muito mais da gente, e o Ceará já está cansado da oligarquia Ferreira Gomes. A eleição municipal já deixou muito claro isso. É só ver que eles falavam em ganhar a eleição com vinte pontos de diferença, e por menos de três pontos o Capitão Wagner não foi eleito prefeito. Por quê? Porque existe um cansaço".
"O povo está vendo, e se eles não souberem ter humildade para construir uma aliança que não seja só do jeito que eles querem, eles vão perder essa eleição, e, infelizmente, para o que tem de pior hoje na política, que é o bolsonarismo", disse, durante participação em protestos contra Jair Bolsonaro em Fortaleza.
Entre as razões pelo veto a RC, Luizianne destaca uma "narrativa" que teria sido encampada pelo pedetista para tentar minimizar ações de sua gestão na Prefeitura de Fortaleza, entre 2004 e 2012. "Estão começando a me atacar, recuperando uma narrativa equivocada e mentirosa sobre o nosso governo. E nós vamos responder cada palavra disso e vamos trazer à tona o que representou cada governo. O nosso, o do Roberto Cláudio e o do Sarto, que tem sido um fiasco até agora".
A ex-prefeita ainda afirma que, mesmo que o PT cearense decida por manter a aliança, "não aceitará" que pedetistas do Estado - principalmente o ex-ministro Ciro Gomes - ataquem o partido ou ex-presidente Lula. "Eu não vou deixar, no Ceará, nenhuma agressão praticada contra o Lula sem resposta. Nem a ele nem aos nossos governos", afirma.
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