O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
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Principal articulador da estratégia eleitoral do PDT do Ceará, o senador Cid Gomes (PDT) negou neste fim de semana que partidos da base aliada tenham direito a "veto" na discussão de nomes para a eleição de 2022 no Estado. A fala vai no sentido contrário do que é defendido pela deputada federal Luizianne Lins (PT), que confirmou, no início deste mês, a existência de um "veto expresso" no partido contra a indicação do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) como candidato do bloco governista ao Governo do Estado.
"Tem gente no PT que fica futricando. E a gente sabe que a futrica ganha mais espaço que o armistício, que a negociação. A intriga sempre ganha mais espaço. Agora mesmo me perguntaram que fulana de tal disse que não aceita não sei quem. Direito dela. Eu respeito, cada um tem sua opinião e eu respeito todas. Discordo, e acho que ninguém tem direito de vetar ninguém. Se vamos fazer composição, temos que fazer isso respeitando as vozes de todo mundo", disse Cid, no último sábado, durante evento regional do PDT em Crateús.
No mesmo evento, o senador destacou que o PT é hoje o "aliado prioritário" do PDT no Ceará, e destacou a necessidade de que os dois partidos tenham uma aliança formal, com o governador Camilo Santana (PT) candidato ao Senado e um pedetista ao Governo. "Tem que estar juntos nos palanques e na televisão, um pedindo voto para o outro", frisou. Cid destaca ainda que, apesar da existência de vozes contrárias a essa tese no PT local, ela ainda é majoritária entre os petistas cearenses.
Principal liderança do PT em Fortaleza, Luizianne Lins disse em 4 de outubro que não descarta apoiar a manutenção da aliança entre petistas e pedetistas para a eleição de 2022 no Ceará. A ex-prefeita destacou, no entanto, que a aliança precisa acontecer "dentro de condições que o PT aceite", afirmando ainda que se recusará a fazer composição com Roberto Cláudio (PDT) na cabeça da chapa para o Governo do Estado.
"Nós já temos vetos concretos, conversados e ditos. Roberto Cláudio hoje não passa nem entre os deputados, nem entre vereadores, nem entre militância, eles não querem o Roberto Cláudio. Se eles (Cid e Ciro Gomes) dizem que querem negociar e já chegam com um nome que já foi vetado, e inclusive a presidente Gleisi (Hoffmann, presidente nacional do PT) já foi informada disso, não vai para frente. Há um veto expresso, por tudo que ele fez e pelo que ele não fez, até porque ele poderia ter feito a diferença aqui na eleição do Haddad aqui em Fortaleza, e não mexeu uma palha. É um nome que já está fora", diz.
Presente em Crateús no evento deste fim de semana, Roberto Cláudio também foi questionado, em entrevista coletiva, sobre as divergências entre PT e PDT no Ceará. O ex-prefeito, no entanto, evitou polêmica e destacou a importância de manutenção da unidade no Estado. "O esforço do PDT todo é no sentido de que a gente caminhe juntos, para que a gente possa assegurar, mais do que a aliança em si, que o Ceará não dê passos para trás. A gente tem vivido um ciclo de muito progresso, de muitas oportunidades", diz.
O ex-prefeito destaca ainda que críticas de Ciro Gomes (PDT) ao ex-presidente Lula (PT), hoje um dos principais entraves para a aliança entre as siglas, são apenas parte do "estilo" do pedetista. "O Ciro é uma força que tem qualidades distintas, peculiares, um talento e tem ideias, um projeto para o Brasil muito próprio. É um projeto muito diferente, respeitosamente distinto, do atual presidente e daquele defendido pelo ex-presidente Lula. Então o Ciro está se apresentando ao Brasil de forma transparente, aberta, e o mais importante, com ideia e projeto. Nenhuma candidatura tem se apresentado mostrando a razão dos problemas e o caminho das soluções. E é isso que o Ciro tem feito, aberto ao debate."
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