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Tarifa do lixo pode vir na conta da Cagece e ser proporcional ao uso de água
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Tarifa do lixo pode vir na conta da Cagece e ser proporcional ao uso de água

Aprovada no final do ano passado pela Câmara Municipal, a cobrança da tarifa de lixo está incluída no Programa Fortaleza Cidade Limpa
Tipo Notícia
Luiz Alberto Sabóia, presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova)  (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Luiz Alberto Sabóia, presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova)

Com previsão de implementação para até o 2º semestre, a tarifa de lixo de Fortaleza deverá ser cobrada diretamente na conta de água dos fortalezenses. Além disso, a cobrança pode ser proporcional ao consumo de água de cada domicílio. As informações são do presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), Luiz Alberto Sabóia, que destaca que todas essas questões ainda não são definitivas e devem passar por um amplo estudo da Prefeitura e diversos debates com órgãos públicos e a sociedade.

Conforme explica o dirigente, a ideia é usar a nova cobrança para recuperar parte das despesas que a Prefeitura tem hoje com a coleta domiciliar de lixo (realizada em cada residência), com a rede de Ecopontos e com o aterro sanitário que atende Fortaleza. Entre esses três itens, a gestão espera arrecadar até R$ 15 milhões em custos "tarifáveis". Para esse valor, a Prefeitura trabalha com uma base estimada de pagantes em cerca de 700 mil domicílios, tendo como base a atual rede de saneamento básico de Fortaleza.

O presidente da Citinova destaca determinação do prefeito José Sarto (PDT) para que a tarifa seja reduzida para famílias de menor renda, e que não seja cobrada de famílias hipossuficientes. Como a referência para o cobrança é o consumo de água, é bem provável que parte das pessoas isentas da cobrança da Cagece também fiquem isentas da tarifa do lixo. A extensão total da faixa de isenção, no entanto, ainda será analisada no estudo da gestão, que tem prazo de apresentação para até 30 de junho deste ano.

 

A proposta de José Sarto faz parte do planejamento sobre a criação do Programa de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, denominado Fortaleza Cidade Limpa(Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO A proposta de José Sarto faz parte do planejamento sobre a criação do Programa de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, denominado Fortaleza Cidade Limpa

Cidade Limpa

Aprovada no final do ano passado pela Câmara Municipal, a cobrança da tarifa de lixo está incluída no Programa Fortaleza Cidade Limpa, que prevê uma série de mudanças para aperfeiçoamento e modernização da política de resíduos sólidos da Capital. Além de citar diversas outras ações envolvidas na iniciativa, Luiz Alberto Sabóia destaca que a instituição da cobrança é determinação do novo marco legal do saneamento básico, aprovado no Congresso Nacional e sancionado em julho de 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Atualmente, Fortaleza produz uma média mensal de 130 mil toneladas de resíduos sólidos – cerca de 1,6 quilo diário por cada habitante. A ideia do programa, conforme explica o presidente da Citinova, é trabalhar formas de tornar essa cadeia nas dimensões econômica, social e ambiental, de olho em transformar a Fortaleza em referência no setor. Outra meta é ampliar a taxa de aproveitamento de material potencialmente reciclável, hoje em cerca de 9%, para até 50% em até oito anos.

"É de uma importância crucial para a cidade. Estamos falando de uma geração de 130 mil toneladas de resíduos por mês. Isso tem impactos ambientais, urbanísticos, sociais e econômicos, a depender de como a gente maneje esses resíduos, e Fortaleza precisa avançar muito. O Brasil como um todo está muito aquém de melhores indicadores de reciclagem. Se recicla no Brasil menos de 4%, quando nossa referência é de 50%, 60%, 70%, e o programa Cidade Limpa parte dessa premissa, de tornar Fortaleza uma referência para o Brasil no manejo de resíduos sólidos, com foco na coleta seletiva e reciclagem, na geração de renda a partir, nos impactos ambientais e na perspectiva social", continua.

 

"É de uma importância crucial para a cidade. Estamos falando de uma geração de 130 mil toneladas de resíduos por mês. Isso tem impactos ambientais, urbanísticos, sociais e econômicos, a depender de como a gente maneje esses resíduos, e Fortaleza precisa avançar muito" Luiz Alberto Sabóia

 

Sustentabilidade

Ainda em construção, o Fortaleza Cidade Limpa possui uma série de propostas em análise, incluindo a ampliação das redes de ecopontos de Fortaleza, atualmente com 90 unidades. A ideia da Citinova é criar uma rede conectada com ecopontos (que recebem resíduos sólidos diversos da população), mini-ecopontos (dotando pontos de lixo reconhecidos pela gestão com lixeiras subterrâneas e infraestrutura) e as chamadas "ilhas ecológicas" (pequenos pontos de descarte sustentável de resíduos).

A ideia, conforme explica Sabóia, é garantir um ponto adequado de descarte sempre próximo da população. Para isso, a gestão estuda ainda ações como ecopontos móveis para coleta seletiva, campanhas publicitárias e até painéis informativos sobre a coleta de lixo da Capital. Destacando que uma das metas da gestão é "alavancar" a coleta seletiva, ele destaca que uma das ações estudadas permitirá que os fortalezenses reduzam ou possam até "zerar" a tarifa de lixo com a realização da prática.

 

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