O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O deputado estadual André Fernandes (PL) será o próximo presidente do PL, novo partido de Jair Bolsonaro, no Ceará. A decisão pela mudança no comando da sigla foi repassada ao parlamentar pelo próprio Bolsonaro nesta quarta-feira, 12, durante reunião em Brasília.
A troca na direção depende apenas de uma articulação, conduzida pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, junto ao grupo que atualmente comanda a sigla no Estado. Liderado pelo prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), a cúpula do partido atualmente possui relação próxima com o bloco do PT e do PDT no Ceará e integra a base de Camilo Santana (PT).
Com a mudança do comando da sigla para André Fernandes, o PL cearense deve passar de vez para o lado da oposição, com provável apoio à candidatura de Capitão Wagner (Pros) para o Governo do Ceará na eleição deste ano. A troca reflete nova postura do PL após chegada de Jair Bolsonaro ao partido, oficializada em novembro do ano passado.
No Ceará, diversos parlamentares que apoiam o presidente seguiram o mesmo movimento, incluindo Fernandes, eleito em 2018 pelo PSL, e os vereadores de Fortaleza Carmelo Neto (Republicanos) e Inspetor Alberto (Pros). Nesta quarta-feira, Fernandes esteve em Brasília e se reuniu com Bolsonaro e com Valdemar Costa Neto.
Nos bastidores, o comentário é que o próprio Valdemar Costa Neto prefere manter Acilon no comando do PL cearense, em uma estratégia para evitar uma debandada em massa de outros filiados do partido no Estado. Bolsonaro, no entanto, tem insistido em exigir um alinhamento ideológico total das direções da sigla nos estados com o governo e o seu projeto político para 2022.
A mudança de comando para Fernandes pode levar, por exemplo, o deputado federal Júnior Mano e o grupo de Acilon Gonçalves, que inclui gestores municipais de diversas outras cidades da Região Metropolitana – incluindo o filho dele, o prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves –, a deixarem o partido. Valdemar Costa Neto, no entanto, ainda não desistiu de manter esses filiados no partido.
O destino dos governistas que atualmente no PL ainda é incerto, dependendo tanto do sucesso da articulação de Costa Neto quanto da posição que o União Brasil – partido que será criado a partir da fusão do PSL e do DEM – tomará no Ceará. Caso a nova sigla decida ficar na base do governo Camilo Santana (PT), o mais provável é que Acilon, Mano e outros aliados do governo sigam para o União Brasil.
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