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Professores de Maracanaú fazem paralisações por índice anunciado por Bolsonaro
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Professores de Maracanaú fazem paralisações por índice anunciado por Bolsonaro

Em estado de greve, profissionais da educação terão agenda de paralisações nesta quarta-feira e quinta-feira; categoria reivindica reajuste de 33,24% previsto na lei do novo Fundeb
Ato saiu em caminhada pela Av. Mendel Steinbruch (Foto: Divulgação/Germana McGregor)
Foto: Divulgação/Germana McGregor Ato saiu em caminhada pela Av. Mendel Steinbruch

Os profissionais da Educação de Maracanaú iniciaram nesta quarta-feira, 9, agenda de paralisações para a campanha salarial de 2022 no Município. Na base das reivindicações, está o reajuste de 33,24% no piso das categorias previsto na lei do novo Fundeb e anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta quarta-feira, dezenas de professores da rede municipal paralisaram atividades e se concentraram em frente à sede Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) do Município. Nesta quinta-feira, 10, a categoria, que está em estado de greve desde o início de fevereiro, fará outra paralisação, com ato em frente à Prefeitura do Município.

“Não descansaremos até que nossa pauta seja atendida. São anos e anos de precarização de trabalho e de desvalorização profissional neste município, e muito dos pontos da campanha vem se arrastando ao longo das gestões municipais. Não dá mais para esperar”, diz nota do Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema).

Além do reajuste de 33,24%, os professores apontam 36 pontos na pauta de reivindicações. Eles afirmam que, caso as questões não sejam atendidas, eles poderão entrar em greve. “A categoria já vem sofrendo com mais de 30% de perdas salariais ao longo da última década, nas gestões de Firmo Camurça e Roberto Pessoa (PSDB)”, diz a Suprema.

Polêmica nacional

Anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro no final de janeiro, o índice de 33,24% para o reajuste do piso nacional de professores da educação básica tem – apesar de estar previsto no novo Fundeb com reflexos na lei do piso nacional do magistério – provocado reações em diversos estados e municípios brasileiros.

Inicialmente, havia a expectativa de que o presidente barrasse o índice, considerado excessivamente elevado por prefeitos e governadores. Para a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o índice mantido pelo presidente é “eleitoreiro” e desconsidera a atual situação financeira das prefeituras. Categorias, no entanto, destacam que ele apenas segue previsão legal e ocorre após anos de perdas salariais dos professores.

Em nota, a Secretaria de Educação de Maracanaú diz estar “aberta ao diálogo” com a categoria e aponta a realização de diversas reuniões sobre o tema. Reforça ainda que nova rodada de negociação com a categoria ocorrerá nesta quinta-feira, 10.

A gestão Roberto Pessoa (PSDB) afirma que pretende conceder reajuste salarial para os professores, respeitando a Lei do Piso Nacional do Magistério, mas destaca que isso será realizado “dentro do limite orçamentário e respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal”.

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