O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Listada entre os quatro pré-candidatos do PDT para a sucessão de Camilo Santana (PT), a vice-governadora Izolda Cela (PDT) já é citada como “candidata natural” por boa parte dos deputados pedetistas. Para eles, a indicação depende apenas do desempenho de Izolda em pesquisas eleitorais depois de abril, quando ela deverá assumir o governo do Ceará.
Ao longo das últimas semanas, a coluna procurou diversos deputados estaduais e federais do PDT sobre o assunto. Em quase todas as conversas, Izolda foi sempre o nome mais lembrado. Entre os pontos mais comentados, estão a proximidade da vice-governadora com Camilo, sua ligação com a pauta da educação – vista como carro-chefe do governo – e, principalmente, o fato de que ela assumirá o governo caso Camilo dispute pelo Senado.
Como a definição sobre o assunto deve ficar para as convenções de julho e agosto, e ainda estão no páreo Roberto Cláudio, Evandro Leitão e Mauro Filho, a maioria dos deputados preferiu se manifestar sob condição de anonimato. O deputado Manoel Duca (PDT), no entanto, foi direto: “A Izolda é a candidata natural. Ela vai assumir (o Governo), então é natural”, diz o deputado.
“Ela é natural porque vai assumir, é uma pessoa que já vem acompanhando o Camilo desde o início e é uma pessoa muito boa, além de ser uma técnica”, destaca. Discurso semelhante é repetido por diversos outros pedetistas, que apontam ainda ela como candidata “ideal” para a disputa com o principal pré-candidato da oposição, Capitão Wagner (Pros).
“Ele tem esse discurso da segurança, essa coisa autoritária do Bolsonaro junto. A Izolda é uma mulher que revolucionou a educação de Sobral e que sempre esteve com o Camilo, que tem um governo bem avaliado”, disse outro pedetista, que prefere não ser identificado. Ele destaca ainda que o nome da vice-governadora não teria resistência de outros partidos.
Outros parlamentares destacam ainda vantagens mais “pragmáticas” de uma candidatura. Como Izolda já iria para a disputa na condição de governadora, ela seria, caso eleita, considerada reeleita e não teria direito a disputar novo mandato em 2026 – o que não aconteceria com os outros três nomes em jogo, todos aptos a buscar reeleição.
“Ela tem essa vantagem maior de já ser candidata à reeleição. Quem for preterido agora pode continuar lutando pois só seriam quatro anos, inclusive, outros nomes, dos demais partidos”, afirma um deputado estadual do PDT. “A fila andaria mais rápido”, diz outro.
Eles reforçam ainda que, como estará no cargo caso Camilo renuncie no final de março, Izolda terá a oportunidade de ser “testada” nas pesquisas eleitorais. A expectativa de pedetistas é que ela absorva parte da avaliação positiva do governador.
Nas últimas semanas, a vice-governadora tem inclusive se mostrado mais ativa em eventos do governo e em debates políticos do Estado. No início do mês, por exemplo, ela quebrou tradição de discrição no cargo e foi às redes sociais contestar o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o reajuste nacional do piso de professores da rede básica.
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