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Ex-diretor diz que decisões importantes da APS passavam por "crivo" de Capitão Wagner
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Ex-diretor diz que decisões importantes da APS passavam por "crivo" de Capitão Wagner

Elton não tinha depoimento marcado para hoje, mas antecipou a fala pois disse ter recebido ameaças
Elton Regis do Nascimento, policial militar (Foto: Reprodução / TV Assembleia)
Foto: Reprodução / TV Assembleia Elton Regis do Nascimento, policial militar

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Motim, o soldado Elton Régis do Nascimento disse nesta terça-feira, 19, que todas as “decisões mais importantes” da Associação dos Profissionais da Segurança (APS) passavam pelo “crivo” do deputado federal Capitão Wagner (UB).

"Não tinha, nessas decisões mais importantes dentro da diretoria, uma que não passasse pelo crivo do deputado Capitão Wagner", disse Elton. Ele destaca que o parlamentar por vezes se afastava dos debates, mas mantinha uma influência indireta nas decisões. "A gente sabia que havia essa consulta", diz.

Élton Régis disse ainda que a associação tinha uma espécie de “santíssima trindade”, formada por, além de Wagner, o deputado estadual Soldado Noelio (UB) e o vereador de Fortaleza Capitão Reginauro (UB). Ele destaca que o grupo fazia "indicações políticas" para contratações da entidade.

Elton não tinha depoimento marcado para hoje, mas antecipou a fala pois disse ter recebido ameaças. “Vi um bilhete escrito ‘otário, cuidado com o que fala’”, disse o depoente, que compareceu sem a presença de um advogado. Ele foi diretor da APS e disse que foi dispensado pela associação após ter feito críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Depois do anúncio da ameaça, o presidente da CPI do Motim, Salmito Filho (PDT), determinou a disponibilização de segurança da Assembleia Legislativa para o depoente.

Citado pelo depoente, o deputado Soldado Noelio destacou que o próprio Elton Régis votou, enquanto dirigente da APS, pela aprovação de contas da entidade. Ele também levantou o fato de que o soldado foi afastado da Polícia Militar por ter demonstrado problemas psicológicos. Respondendo a outra pergunta de Noelio, o soldado destacou que a APS não convocou PMs para as atividades da paralisação de 2020.

O depoimento acontece neste momento em uma das salas de comissões da Assembleia Legislativa. A coluna procurou as assessorias de imprensa da APS e dos parlamentares citados no depoimento, mas ainda não obteve resposta.

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