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Após reajuste de 25%, deputados propõem até rever concessão da Enel no Ceará
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Após reajuste de 25%, deputados propõem até rever concessão da Enel no Ceará

Aumento na conta de energia provocou reação forte de deputados na Assembleia Legislativa; diretora da Enel no Ceará afirma que reajuste apenas cobre parte das tarifas que foram cobradas da empresa
REAJUSTE da Enel ficou entre assuntos mais comentados na sessão de ontem da Assembleia (Foto: José Leomar/AL-CE)
Foto: José Leomar/AL-CE REAJUSTE da Enel ficou entre assuntos mais comentados na sessão de ontem da Assembleia

O deputado Acrísio Sena (PT) disse nesta quarta-feira, 20, que o reajuste de 24,88% anunciado pela Enel nas contas de energia do Ceará é “inadmissível” e um “assalto à mão armada” contra a população. Afirmando que acionará o Ministério Público contra a medida, o petista chegou inclusive a mencionar uma possível revisão da concessão pública da companhia.

“Aumento de 25% é inadmissível. Um assalto a mão armada e que nos leva a desconfiar de ter sido até combinado, pois anunciaram logo após retirar a cobrança da bandeira vermelha. Sinceramente, deu até saudade da Coelce e cabe ao Estado rever essa concessão pública com a Enel”, disse o deputado, da tribuna da Assembleia.

O reajuste foi um dos temas mais comentados na Assembleia nesta quarta-feira, 20, sendo inclusive alvo de críticas de deputados da oposição. “Estamos estarrecidos com esse aumento descabido. Se choveu, melhorou para a energia. Deus tem nos mandado muita chuva e quando iríamos nos beneficiar, vem esse aumento? Temos sim que barrar essa medida”, diz a bolsonarista Dra. Silvana (PL).

Na manhã desta quarta-feira, representantes da Enel estiveram na Assembleia para tratar com deputados do reajuste nas contas de energia. De acordo com a diretora-presidente da Enel Ceará, Márcia Vieira, o reajuste ocorre porque a empresa não repassou aos clientes, durante a pandemia, reajustes em tarifas cobradas à empresa pelo governo.

“Em nosso contrato está prevista a revisão anual dessa tarifa. Esse ano, o aumento maior na conta se justifica porque no ano passado tivemos um aporte tarifário que chegou a 20%, mas só repassamos um valor de 8,5% ao cliente em razão das dificuldades da sociedade por conta da pandemia, que afetou o comércio, a indústria e até o emprego”, diz.

“O valor que seria aplicado agora seria bem maior, mas a Aneel incluiu um financiamento que permitiu reduzir esse reajuste”, afirma ainda. A diretora da Enel também destacou que a empresa está procurando todos os poderes públicos para esclarecer as razões do reajuste, incluindo a divulgação do detalhamento da composição da tarifa de energia. A empresa destaca que, no preço final, estão incluídos diversos encargos e impostos.

Segundo o ouvidor da Assembleia, Walter Cavalcante (PV), a empresa terá prazo de até 48h para emitir um posicionamento oficial sobre a questão. Depois, o núcleo do Programa de Defesa do Consumidor (Procon) da Assembleia deverá se manifestar sobre o assunto.

A justificativa da Enel, no entanto, não convenceu parlamentares cearenses, que continuam com discurso de tentar barrar o reajuste na Justiça ou no Congresso. “Isso impacta diretamente na vida do mais pobre ao mais rico. Reflete na mesa do cearense, em demissões. As agências reguladoras permitiram isso e temos que cobrar das nossas bancadas federais, pois não podemos deixar que castiguem o nosso povo”, disse Danniel Oliveira (MDB).

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