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Sem adesão do PDT, recurso contra Ronivaldo não sairá do papel
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Sem adesão do PDT, recurso contra Ronivaldo não sairá do papel

Maior bancada da Câmara Municipal, PDT não assinou recurso que tenta levar caso do petista ao plenário da Casa
 Vereador Ronivaldo Maia (Foto: Edimar Soares, em 26/6/2015)
Foto: Edimar Soares, em 26/6/2015 Vereador Ronivaldo Maia

O mandato coletivo Nossa Cara (Psol) confirmou nesta segunda-feira, 25, que nenhum dos dez vereadores do PDT, maior sigla da Câmara Municipal de Fortaleza, assinou o recurso que pede a cassação do vereador Ronivaldo Maia (PT) pelo plenário da Casa.

Como a oposição pela direita, que reúne vereadores próximos do deputado Capitão Wagner (UB) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), já havia sinalizado que não apoiaria o recurso, a recusa dos pedetistas praticamente "enterra" repercussões do caso no Legislativo.

O Nossa Cara deverá protestar contra a falta de apoio à medida na sessão desta quarta-feira, 27, quando vencerá o prazo para a coleta de assinaturas. Até agora, só assinaram o pedido, além do mandato coletivo, o psolista Gabriel Aguiar e os dois colegas de bancada de Ronivaldo, Guilherme Sampaio (PT) e Larissa Gaspar (PT).

Líder da oposição na Câmara, o vereador Márcio Martins (Pros) diz que o grupo de opositores pela direita não assinará a medida. "Não, nós não vamos não (assinar o recurso). A gente entende que o Conselho de Ética tem o respaldo e que já deu sua posição. E nós entendemos que o foro para se resolver o problema do Ronivaldo é o Judiciário. A gente endossa a decisão do Conselho", diz.

Martins também destaca que o grupo possui diversos vereadores com profundas diferenças "ideológicas e partidárias" com o PT, incluindo Inspetor Alberto (PL), Carmelo Neto (PL) e Priscila Costa (PL), mas que essas questões não foram levadas em consideração no caso. "A gente primou pela compreensão de Justiça, não de justiçamento", afirma.

No dia 12 deste mês, a Comissão de Ética da Câmara decidiu, por quatro votos a um, aprovar parecer de Luciano Girão (PP) pelo arquivamento de um pedido de cassação contra Ronivaldo apresentado pela bancada do Psol. Única mulher integrante do grupo, a vereadora Cláudia Gomes (PSDB) foi também o único voto contrário ao arquivamento.

No parecer, Luciano destaca que o caso do colega, preso em novembro do ano passado por tentativa de feminicídio, não provocou "abuso das prerrogativas asseguradas ao vereador ou a percepção de vantagens ilícitas ou imorais", nem se encaixaria nas possibilidades de decoro parlamentar previstas na legislação local e nacional.

"Desta maneira, mostra-se inaceitável que se promova o afastamento da soberania popular no caso, não havendo, no presente caso, relação de causalidade entre o crime imputado e o exercício do cargo", diz.

O parecer do relator destaca também que a ação que apura o caso na Justiça comum ainda está em fase de instrução, sem qualquer condenação contra Ronivaldo Maia. "Evidencia-se a necessidade de o Poder Judiciário efetivar o julgamento do processo criminal a que responde o representado", diz, destacando presunção de inocência.

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