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Izolda e Wagner batem de frente sobre ICMS
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Izolda e Wagner batem de frente sobre ICMS

Tipo Análise
Capitão Wagner (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Capitão Wagner

Principal pré-candidato da oposição ao Governo do Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (UB) se posicionou do outro lado da gestão Izolda Cela (PDT) no debate sobre possíveis cortes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no Estado. Em novo evento regional do União Brasil realizado neste fim de semana em Icó, o parlamentar voltou a prometer uma redução de impostos no Estado, e defendeu proposta que fixa alíquota máxima do ICMS em 17% para "bens essenciais" - como combustíveis e energia elétrica.

"Eu sou a favor da Prefeitura e do Governo do Estado fazerem um sacrifício uma vezinha. Porque aqui no Ceará é assim: os governantes querem exigir que o povo lá de Tarrafas, sofrido, dê mais uma parcela de contribuição. Tire mais um dinheirinho do bolso para ajudar o governo a manter essa máquina pesada. Nunca o governo se coloca na posição do povo para dizer 'pera aí, deixa eu me sacrificar um pouquinho'", disse Wagner.

Aliados

O pré-candidato da oposição ainda elogiou o deputado federal Danilo Forte (UB), autor da proposta limitando o ICMS. "Eu quero agradecer esse deputado, que, na minha visão, é o deputado mais técnico do Ceará. É um deputado corajoso, que não só teve essa ideia, não só deu entrada com um projeto para reduzir impostos, como ficou no pé do presidente da Câmara até aprovar", diz, criticando ainda uma possível articulação do senador Cid Gomes (PDT) para derrubar a proposta no Senado. "O líder deles vai trabalhar com unhas e dentes para esse projeto não ser aprovado lá no Senado" diz.

Não é a primeira vez que Wagner destaca a questão de impostos estaduais como principal foco de seu discurso político. No início de maio, durante evento do União Brasil em Russas, o deputado também destacou questão arrecadatória no Estado, prometendo novas mudanças no fisco cearense. "Taxa de luz solar? Comigo não. Taxa de poço profundo, comigo não (...) tenho compromisso com minha equipe econômica de rever toda essa tributação absurda. Muita gente dizendo do preço do posto do combustível. Pois eu vou baixar o ICMS dos combustíveis, pode anotar e cobrar", afirma.

Outro lado

O discurso de Wagner diverge diretamente com o que vem sendo afirmado pela governadora Izolda Cela (PDT), uma dos quatro pré-candidatos do PDT ao Governo do Ceará. Em entrevistas recentes, a governadora tem acusado propostas do tipo como populistas e cobrado "responsabilidade" de deputados sobre a possível redução do ICMS.

Entre outros pontos, a governadora destaca impactos que mudanças na estrutura arrecadatória do Estado trariam para diversos serviços públicos, principalmente na gestão de rodovias estaduais e na manutenção de hospitais e escolas públicas. Aliados de Izolda também destacam que, com a atual flutuação do preço dos combustíveis, há o risco de que qualquer redução obtida com a redução dos impostos seja rapidamente "engolida" por novos reajustes determinados pela Petrobras.

"Falácia"

Na última semana, a secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba, também fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais criticando a proposta em análise no Congresso Nacional. "Um projeto aprovado em cinco dias, tratando sobre um imposto complexo como o ICMS, sem nenhum dado científico ou, pior, sem diálogo com os estados e o Distrito Federal, nos mostra apenas o despreparo de toda essa falácia", disse.

Para a secretária, qualquer redução no ICMS feita pela proposta terá impacto sobretudo entre a população mais pobre, além de não ser suficiente para garantir uma redução nos preços de combustíveis. "Porque, minha gente, não haverá diminuição nos preços praticados pois não há alteração na política da Petrobras, o dólar continua em alta, a inflação altíssima, e já estão sendo esperados novos aumentos no diesel, por exemplo", diz.

 

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