O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
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Vereadores da bancada religiosa na Câmara Municipal saíram nesta em defesa quinta-feira, 23, da juíza Joana Ribeiro Zimmer, que tentou impedir uma criança de 11 anos vítima de estupro de fazer um aborto. Em uma das falas, a vereadora Priscila Costa (PL) deu “parabéns” à magistrada, que chegou a enviar a criança a um abrigo para evitar o procedimento.
"Precisamos falar a verdade, e eu desde já parabenizo a juíza responsável pelo caso. Uma mulher que a primeira coisa que ela respeitou foi a vida daquela menina”, disse. “O movimento abortista, tão acostumado com suas mentiras satânicas, se aproveita da tragédia para promover a cultura de morte e defender o esquartejamento de um bebê”.
Jorge Pinheiro (PSDB) também saiu em defesa da juíza, acusando o “lobby abortista” de perseguir a magistrada e de “manipular a opinião pública”. Neste sentido, o vereador chegou a acusar a imprensa de esconder a informação do tempo de gestação para facilitar a defesa do aborto no caso. “Por que não dizem que são 29 semanas?”, questiona.
As falas dos religiosos foram rebatidas pela vereadora Adriana Gerônimo, do mandato coletivo Nossa Cara (Psol). Em pronunciamento na tribuna, ela destacou que a criança do foi mantida em cárcere privado e que a gravidez só chegou a 29 semanas pois a vítima foi impedida pela juíza de ter acesso antecipado ao aborto legal.
“É profundamente desolador acompanhar um caso como esse sendo usado muitas vezes de trampolim para ganhar likes, seguidores e fortalecer uma lógica de viralização nas redes sociais. Tudo em detrimento de uma violência profunda”, disse a vereadora, que leu falas da juíza no caso e chegou a chorar na tribuna da Câmara Municipal.
“Esse assunto mexe profundamente comigo, porque tenho uma filha de 12 anos e não consigo nem imaginar ela passando por uma situação como essa, de profunda violência. Criança é para ser protegida pelo Estado e pela família, e o que estamos vendo nesse caso é muita tortura, violência e revitimização. Uma criança que já foi violentada está passando por outros processos de profunda violência e descaso”.
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