O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Uma semana após ser expulso do PT, o vereador Ronivaldo Maia anunciou nesta quarta-feira, 29, que não deverá recorrer da decisão da sigla. O parlamentar, preso em novembro passado acusado de tentativa de feminicídio, se disse ainda vítima de “justiçamento” e de um “tribunal do cancelamento” no caso, mas afirma que seguirá “vida política”.
“Mesmo não concordando com a decisão do PT, não vou recorrer. Não é minha intenção medir forças com o partido, continuarei tendo no PT a mais respeitosa referência e reafirmo a minha tarefa militante de trabalhar incansavelmente para eleger Lula presidente”, disse o vereador, que se disse ainda “profundamente” triste com a decisão tomada pelo partido.
“Todos sabem que eu militei a vida inteira nesse partido. Considero injusto que o PT não tenha esperado o resultado do processo judicial para tomar uma decisão definitiva. Companheirismo e luta não coadunam com ‘justiçamento’ e aniquilação das pessoas. Infelizmente fui condenado com base no apelo midiático e não em fatos”, afirmou o petista.
O agora ex-petista ainda destacou que, apesar da expulsão, seguirá com “vida militante e política” e que trabalhará “incansavelmente” pela eleição de Lula (PT) à Presidência. “Vou continuar tocando com responsabilidade e dedicação o mandato que foi confiado a mim (...) vou continuar minha vida militante e política, como tenho feito há quase 4 décadas”.
Ronivaldo Maia foi preso em flagrante em novembro do ano passado após avançar com um automóvel sobre uma mulher em Fortaleza. Como o parlamentar possuía um relacionamento com a vítima, o suposto crime foi tipificado como tentativa de feminicídio tanto pela delegada da Mulher quanto pelo representante do Ministério Público responsáveis pelo caso.
O vereador, que ainda responde pela acusação na Justiça, chegou a passar dois meses preso, somando cinco meses afastado do cargo. Antes de o caso ter sigilo decretado pela Justiça, a defesa do parlamentar se manifestou nos autos afirmando que não houve intenção de matar e que o episódio teria sido apenas um acidente em meio a uma discussão com a vítima.
Na manhã desta quarta-feira, o vereador classificou o caso como um “espetáculo midiático” e voltou a afirmar que “não é nem nunca foi” um agressor. “A narrativa propagada massivamente pela mídia surgiu a partir de uma acusação equivocada de tentativa de feminicídio. Essa acusação foi baseada em elementos insuficientes para sustentá-la e permitiu toda essa espetacularização criada. Ser figura pública ocasionou tal apelo midiático”.
O caso de Ronivaldo “rachou” o Diretório Estadual do PT Ceará, com votação sobre a expulsão do vereador terminando em 26 votos a favor e 26 contra. Por conta do empate, o presidente estadual do partido, Antônio Filho, deu voto de Minerva pela expulsão do parlamentar. Sessão da votação foi tensa e longa, com diversas manifestações duras de mulheres do partido.
“Aprendi que não importa toda uma vida de dedicação, entrega e cuidado com as causas sociais e com as pessoas. Não importa o quanto você acertou. No tribunal do cancelamento e do espetáculo midiático, um desvio é suficiente para aniquilar uma vida inteira”, diz Ronivaldo.
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