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Líder maior do PSD no Ceará, o ex-deputado Domingos Filho já é dado como certo na vice da chapa de Roberto Cláudio (PDT) para o Governo do Ceará. A informação foi repassada para a coluna por diversos interlocutores do ex-prefeito ao longo de ontem e confirmada pelo deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), que participou de reunião ocorrida nesta quarta-feira, 20, durante almoço entre Domingos e diversas lideranças do PDT – incluindo RC – em Brasília.

Para a vaga de senador da chapa, o deputado destaca que seria positiva uma indicação vinda ou do PSDB, possível partido aliado do PDT na disputa, ou de um nome da própria bancada pedetista. Apesar de praticamente confirmada, a chapa não será anunciada ainda pois Roberto Cláudio irá tentar, segundo esses interlocutores, “até o último minuto” manter a aliança com o ex-governador Camilo Santana (PT) e outros partidos da base aliada, como PT, PP, PcdoB e PV.

Reforço

Neste sentido, o PDT planeja também lançar uma investida na busca por tentar “apagar incêndio” provocado na base aliada pela disputa entre Roberto Cláudio e a governadora Izolda Cela pela candidatura do partido. Na próxima semana, o ex-prefeito deverá se reunir na Assembleia com a bancada pedetista. O ato tem no centro o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), um dos pedetistas que saiu mais contrariado do processo de definição da candidatura do partido.

Para além das reuniões internas, o partido também quer buscar “reforço” na busca por diálogo com o ex-governador Camilo Santana. Desde segunda-feira, o pré-candidato Roberto Cláudio tem procurado o petista para tentar reabrir o diálogo da aliança, mas não tem recebido resposta do prefeito. A ideia de membros da cúpula do PDT é apelar para outras lideranças, como o presidenciável Ciro Gomes (PDT) ou outros parlamentares da sigla, na busca por Camilo.

Ciro candidato

O PDT realizou ontem convenção nacional que confirmou Ciro Gomes como candidato do partido à Presidência da República. Estiveram presentes, entre deputados federais cearenses do PDT, André Figueiredo, Eduardo Bismarck, Leônidas Cristino e Pedro Bezerra. Entre pedetistas que são deputados estaduais, participaram do evento Bruno Pedrosa, Guilherme Landim, Queiroz Filho, Sérgio Aguiar. Ou seja, diversos parlamentares acabaram não comparecendo, pelo menos presencialmente, do evento. Seriam possíveis rusgas do processo interno de definição da escolha do partido? Cenas para os próximos capítulos.

Capitão e Izolda

Pré-candidato a governador pela oposição, o deputado Capitão Wagner (UB) disse nesta quarta-feira, 20, que a exclusão de Izolda Cela do processo de definição da candidatura do PDT ao Governo do Ceará representou episódio de “violência política de gênero”. “É essa maneira, muita vezes preconceituosa, que se trata uma mulher na política”, define.

“Eu acho que esse conceito de violência política de gênero se encaixa perfeitamente no que aconteceu agora no Estado do Ceará. Se o atual governador fosse um homem, sem dúvida nenhuma ele teria o direito, ele concorreria à reeleição”, diz o pré-candidato, em entrevista realizada nesta quarta-feira, 20, à rádio O POVO/CBN.

Capitão Wagner destaca, no entanto, que a escolha de Roberto Cláudio (PDT) como pré-candidato pedetista “não altera em nada” sua estratégia para a eleição deste ano. “Temos estratégia de buscar soluções para os problemas dos cearenses”, afirma.

“Logo após ser confirmado candidato, (Roberto Cláudio) foi dar entrevista me agredindo, fazer uma série de acusações, e nenhum momento vou entrar em um debate pessoal, ficar falando da gestão dele. Quero falar dos problemas do Ceará, que são muitos”, diz.