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Base de RC soma mais da metade dos prefeitos, mas fidelidade é desafio
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Base de RC soma mais da metade dos prefeitos, mas fidelidade é desafio

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Tipo Opinião
Roberto Cláudio (PDT) (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Roberto Cláudio (PDT)

Mesmo com baixas de diversos partidos sofridas após o rompimento entre PDT e PT no Ceará, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) segue tendo a maior base de prefeitos para a disputa deste ano no Estado, com mais de 50% de todas as gestões municipais do Estado. Juntos, os três partidos já confirmados na coligação do ex-prefeito - PDT, PSD e PSB - somam cerca de cem prefeituras cearenses.

O líder isolado no número de administrações é o PDT, que elegeu 66 prefeitos no Ceará nas eleições municipais de 2020 e ganhou outros dois nos últimos anos, chegando a 68 gestores. Quatro deles, no entanto, acabaram migrando para o PT, em articulação comandada no início do ano pelo senador Cid Gomes (PDT) e pelo ex-governador Camilo Santana (PT): João Luiz (Campos Sales), Chico Cordeiro (General Sampaio), Franzé Carneiro (Ibicuitinga) e Marcondes Ferraz (Saboeiro).

Mesmo com as baixas, o pedetismo segue sendo, com 64 prefeitos, a legenda com maior presença no Interior, com a segunda força política do Estado, o PSD, possuindo hoje 30 prefeitos - mesmo número que o PT, hoje apoiando candidatura de Elmano Freitas (PT). Completa a base de Roberto Cláudio o PSB, que comanda oito gestões municipais.

Apenas com esses prefeitos, a candidatura de Roberto Cláudio já contaria com 102 gestores, pouco mais de 55% de todos os chefes de prefeituras do Estado. O candidato pedetista, no entanto, ainda articula possíveis adesões para a chapa, sendo o PSDB e o Cidadania os mais cotados para as negociações

Fidelidade

Apesar da liderança isolada no número de prefeitos, o PDT ainda enfrentará o desafio de manter a fidelidade de cada gestor em campanha que promete forte acirramento. Sem o apoio oficial da governadora Izolda Cela (sem partido), aliados de Roberto Cláudio terão que entrar em campo para "amarrar" apoios de gestores. Em eleições anteriores, sempre são comuns os registros de traições e mudança de lado entre prefeitos, principalmente quando o candidato em questão não tem a máquina administrativa em mãos.

Izolda e RC

Roberto Cláudio disse ontem ter recebido "com alguma surpresa" notícia da desfiliação da governadora Izolda Cela do PDT. Segundo ele, a saída da gestora contraria "entendimento" pré-existente sobre o processo de escolha do candidato pedetista no Estado. "Recebi com alguma surpresa, até porque havia um combinado, aliás não um combinado, uma compreensão de nós quatro que haveria um processo democrático longo, no caso foi de dez meses (...) e que, ao final, independente de quem fosse o candidato ou candidata, ele teria o apoio dos demais", disse RC nesta quarta-feira.

Queda de braço

A fala ocorreu durante participação do ex-prefeito em evento do PSB que confirmou apoio à chapa pedetista na eleição deste ano. A decisão do PSB cearense ocorre após investida do ex-governador Camilo Santana (PT) que tentava tirar a sigla da base de RC na disputa. Desde a semana passada, o petista tem mantido conversas com o comando nacional do partido tentando atrair o PSB para a base de legendas que apoiam a candidatura de Elmano Freitas (PT) no pleito.

"O que vale é a decisão do diretório, que foi confirmada por nosso comando nacional através do presidente Carlos Siqueira, que disse que a decisão é nossa. E nós estamos aqui na convenção para confirmar nosso apoio irrestrito à posição do PDT", diz o deputado federal Denis Bezerra, presidente do PSB Ceará. "Eu recebi com naturalidade (a articulação de Camilo), todo mundo pode fazer esse tipo de diálogo (...) mas coloquei que já tínhamos posicionamento definido no diretório, e que se eu fizesse qualquer movimento para desfazer isso eu estaria cometendo autoritarismo", diz.

 

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