O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Primeira pesquisa divulgada após a oficialização das principais candidaturas e do rompimento entre PT e PDT no Estado, o levantamento do Ipespe divulgado nesta quinta-feira, 4, pelo O POVO deixa apenas uma certeza sobre a disputa local: a da garantia da realização de um segundo turno no Estado.
Pelo cenário colocado, quem tem vaga “praticamente garantida” na 2ª etapa da disputa é Capitão Wagner (UB), que aparece na pesquisa estimulada com 38% das intenções de voto. O eleitor do candidato também é o mais convicto, com 73% dos apoiadores dele “cravando” o apoio e não admitindo mudar de voto até a eleição.
A outra vaga, no entanto, deve ser disputada pelo candidato do PDT, Roberto Cláudio, que tem 28%, e o candidato do PT, Elmano Freitas, com 13%. A preço de hoje, ambos possuem chances reais de chegarem ao 2º turno, o que sinaliza uma briga acirrada entre os dois nos meses de campanha eleitoral e principalmente no tempo de rádio e TV.
O cenário lembra até, com polos trocados, a configuração que marcou a disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2020, quando a polarização entre José Sarto (PDT) e Luizianne Lins (PT) esquentou o debate político e praticamente pautou o 1º turno da eleição, ainda que Capitão Wagner estivesse isolado à frente.
É aquela velha história, pesquisas são o “retrato momento”, não oferecendo nenhuma garantia de que o cenário permanecerá o mesmo até outubro, principalmente quando se leva em consideração que a campanha eleitoral sequer começou. O cenário, no entanto, já antecipa alguns prováveis cenários para a longa corrida à frente.
Neste sentido, Capitão Wagner larga na liderança, o que levanta a chance de ele emplacar um sentimento de “onda” entre o eleitorado, especialmente entre os mais críticos do grupo Ferreira Gomes no Estado. Ele terá que carregar, no entanto, o “peso” de receber apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), mal avaliado entre o eleitorado cearense.
Embora largue atrás, os números não são, em primeiro momento, notícia de todo ruim para o candidato do PT. Oficializada há menos de uma semana, a candidatura de Elmano é hoje fortemente ancorada pelos dois maiores apoios dele na disputa, o ex-governador Camilo Santana (PT) e o ex-presidente e presidenciável Lula (PT).
Desde o anúncio da candidatura de Elmano, o grupo que orbita o petista vem deixando clara a intenção de “marcar pesado” na associação entre Elmano, Lula e Camilo. Ainda que a transferência de votos entre os três não seja garantida – muitos eleitores de Lula votarão em Capitão Wagner no 1º turno, certamente –, é também inegável que Lula e Camilo são os dois eleitores com maior potencial de alavancar candidaturas no Estado.
Para confirmar a tese, basta observar os dados da pesquisa para a Presidência e Senado. Na disputa presidencial, Lula lidera de forma isolada no Ceará, com 55% das intenções de votos. O segundo colocado, Jair Bolsonaro (PL), aparece bem atrás, com 20%. No senado, vantagem de Camilo Santana (PT) sobre os outros candidatos é ainda mais marcante, com ele atingindo índices entre 64% e 66%.
Ou seja, cenários possuem muito espaço para o crescimento (ou queda) de todos os três principais candidatos. A pesquisa Ipespe desta quinta-feira oferece o quadro com pontos de partida de cada candidato. A disputa para valer começa agora.
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