O juiz Francisco Erico Carvalho Silveira, integrante do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), intimou nesta quarta-feira, 17, o comando do Partido Liberal (PL) no Estado após uma candidata ao cargo de deputada estadual alegar à Corte não ter autorizado a legenda a fazer qualquer inscrição dela para concorrer na disputa deste ano.

Em declaração apresentada na manhã desta quarta-feira, 17, à Secretaria Judiciária do TRE-CE, a estudante Andreia Moura Fernandes contestou registro de candidatura dela apresentado pelo PL à Justiça Eleitoral. "Declaro, para os devidos fins, que não participei da convenção partidária do Partido Liberal - PL", diz a estudante no documento.

"Bem como não autorizei a agremiação, ao qual sou filiada e não exerço cargo diretivo, a solicitar o registro da minha candidatura ao cargo de deputado estadual perante esta justiça eleitoral para as eleições 2022, e não tenho interesse em participar do referido pleito para qualquer cargo eletivo", afirma ainda Andreia Moura, que assina a declaração.

Na intimação, o juiz cobra a apresentação de documentos lançados pelo PL no processo de registro de candidatura, "para conferência da veracidade", e determina a comunicação do Ministério Público Eleitoral para "adoção de providências que entender cabíveis".

Outro lado

Procurada pela coluna, a direção do PL Ceará afirmou que a candidata era regularmente filiada ao partido e estava em “andamento de pré-candidatura”, mas teria, “por motivos pessoais”, desistido da disputa. A legenda destaca, no entanto, que a desistência teria ocorrido apenas após a convenção partidária da sigla, realizada em 5 de agosto.

O PL Ceará afirma ainda que a candidata foi desfiliada do partido na última quarta-feira, 17. A coluna questionou o partido sobre a alegação de inscrição involuntária feita pela estudante, mas não recebeu resposta até o presente momento.

No registro da candidatura, o PL apresentou dois números de telefone que seriam de Andreia. A coluna ligou para ambos, mas não conseguiu contato com a candidata em nenhum deles. Uma das ligações chegou a ser atendida por um homem, que disse ser “amigo” da estudante, mas não se identificou e recomendou contato direto com a sigla.

A reportagem chegou a conseguir outro número que seria do celular pessoal da estudante. Mensagens e ligações, no entanto, também não tiveram qualquer resposta.