O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Em entrevista na noite desta terça-feira, 27, ao Flow Podcast, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) disse ter sido alvo de “traição” entre lideranças políticas do Ceará. Apesar de evitar falar no assunto e não citar nomes diretamente, o pedetista disse ter recebido uma “facada nas costas” por lideranças que ele teria “ajudado a formar”.
“(Foi) traição, traição. Mas não vamos falar sobre isso não. Se você quiser falar sobre isso eu falo, mas, sabe, eu dei minha vida ao povo cearense e algumas lideranças, todas que eu ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca nas minhas costas”, disse.
“Me traíram e eu estou lá sem ninguém me defendendo. Sem ninguém não é verdade, tem o Roberto Cláudio (candidato do PDT ao Governo do Ceará), que é o melhor cara, que é meu candidato a governador lá. Isso dói demais em um cara, mas é assim”, afirma ainda.
Depois, Ciro foi questionado pelo apresentador do podcast, Igor Coelho, se não consideraria esse tipo de movimento como “coisas da política”. Ciro rebate: “Eu nunca fiz isso com ninguém, nunca traí ninguém, nunca fui desleal com ninguém. E por dinheiro, meu irmão, o que é mais grave ainda”, destacou.
Apesar de Ciro não citar diretamente os alvos das declarações, o mais provável é que elas tenham como destino o ex-governador Camilo Santana (PT), que anunciou rompimento com o PDT para apoiar Elmano Freitas (PT) na eleição deste ano.
Em julho deste ano, durante participação da convenção que lançou RC ao Governo, o pedetista chegou a criticar líderes que teriam sido "construídos nesse projeto" e teriam "desertado por ninharia ou carguinho de ministro". Em outro momento, ele chegou a citar diretamente Camilo, dizendo “não se arrepender” do apoio dado ao petista em 2014.
"O nosso povo não tem culpa da vaidade e da prepotência de lideranças que, uma vez construídas nessa luta e ao redor desse projeto, agora servem por uma ninharia, por um punhado de nada ou um carguinho de ministro e desertam da humildade e da luta do povo”, disse na ocasião.
"Frequentam os caminhos de Judas", disse Ciro. "Mas até Jesus, o nosso senhor, filho de Deus, entre 12 amigos apenas, teve um que lhe empurrou a faca beijando seu rosto. Quanto mais um pobre pecador humilde como eu", completou o candidato do PDT a presidente.
Do outro lado, Camilo tem evitado rebater declarações de Ciro ou de outros pedetistas sobre o assunto. Ele destaca, no entanto, manifestações favoráveis que tem recebido de líderes do partido, como os próprios irmãos de Ciro, Ivo e Cid, que mantêm boa aliança com o ex-governador.
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