O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Um dos parlamentares mais próximos de Camilo Santana (PT) no PDT, o deputado Osmar Baquit disse nesta terça-feira, 18, que o partido “está trincado e não junta mais” no Ceará. Culpando o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, pela divisão, ele acusa dirigentes pedetistas de fazerem “teatro” para esconder “diferenças incontornáveis” no Estado.
“O PDT está rachado? Está rachado não, está trincado e não junta mais. Quem disser que dá para resolver, isso é onda, quem disser que juntar quer é trabalhar na Globo, quer ser atriz”, disse Baquit na tarde desta terça-feira, 18, em entrevista à coluna. “A coisa é que tem gente que gosta de teatro, que tem curuba e gosta de dizer que tem micose”, diz.
Baquit afirma que o racha “está claro” desde o início de junho, quando Lupi veio ao Ceará e declarou apoio à candidatura de Roberto Cláudio (PDT) ao Governo do Ceará. Na época, também disputavam pela indicação do partido a governadora Izolda Cela – que depois viria a deixar a legenda – e os deputados Evandro Leitão e Mauro Filho.
“Está claro que temos uma interferência nacional aqui no Ceará. E vamos ficar submetidos a isso todo dia?”, diz. O deputado também critica fala que teria sido feita após o 1º turno pelo presidente do PDT Ceará, deputado André Figueiredo, que teria citado o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) como “verdadeiros pedetistas”.
“Estão pensando em aglutinar e reunir? Como, se o presidente do partido diz que vai convidar os ‘verdadeiros pedetistas’, cita Roberto Cláudio e Ciro Gomes, mas não cita o senador Cid Gomes (PDT), nossa principal liderança, não cita o Evandro Leitão (PDT), nosso deputado mais votado?”, questiona o deputado, que não descarta deixar o partido.
Apesar de Baquit dizer que fala “apenas por si”, o clima de insatisfação afetaria, segundo O POVO apurou, diversos outros pedetistas. Entre eles, estariam desde os estaduais Evandro Leitão, Guilherme Landim, Romeu Aldigueri, Salmito Filho e Jeová Mota – este último punido pelo partido durante a campanha por “esconder” RC – aos federais Robério Monteiro e Idilvan Alencar.
Procurado pela reportagem, Idilvan Alencar destaca apenas que Cid Gomes é a "grande liderança do PDT". "Não considerá-lo nesta condição dificultará qualquer entendimento", diz. Tido como próximo de Roberto Cláudio, Sérgio Aguiar (PDT) se disse apenas “surpreso” com o teor da fala de Baquit. Outros deputados foram procurados, mas não responderam.
Presidente do PDT-CE, André Figueiredo disse que o assunto será tratado apenas após o 2º turno. "Acharemos o caminho correto logo após, com muito diálogo", diz. Sobre Baquit, o deputado desconversa: “Não entrarei nesse debate com o deputado Osmar, a quem respeito muito. Mas o partido tem suas instâncias para deliberar”, destaca.
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